|
Próximo Texto | Índice
Israel mata 9 ao parar navio rumo a Gaza
Governo afirma que soldados agiram em legítima defesa ao atirar em ativistas que levavam ajuda humanitária
Choques ocorreram no maior dos 6 navios que queriam furar bloqueio; sobreviventes vão ser deportados por Israel
Menahem Kahana/Associated Press
|
|
Navios israelenses se aproximamdo porto de Ashdod após ação militar
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A ASHDOD
Pelo menos nove ativistas
foram mortos a tiros, e dezenas ficaram feridos em confrontos com soldados israelenses durante a interceptação de uma frota de seis navios que tentava furar o bloqueio marítimo de Israel e levar ajuda humanitária à faixa de Gaza.
Os choques ocorreram a
bordo da maior embarcação,
onde havia cerca de 500 ativistas, a maioria turcos,
quando a frota se encontrava
em águas internacionais, a
pouco mais de 70 km da costa de Israel.
O violento incidente deflagrou onda mundial de condenação a Israel, que se defendeu afirmando que os soldados foram forçados a responder a tiros a ataques desferidos pelos ativistas com facas, barras de ferro e, em alguns casos, armas de fogo.
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, que estava
no Canadá, cancelou encontro que teria hoje com o presidente Barack Obama na Casa
Branca e antecipou a volta.
Apesar de ter lamentado
as mortes, ele apoiou a ação
militar, afirmando que os soldados agiram "em legítima
defesa".
Após fazer repetidos alertas nos últimos dias de que
não permitiria que os navios
se aproximassem da costa,
Israel se antecipou à chegada
dos ativistas enviando comando composto de corvetas
e helicópteros, no que chamou de "ação preventiva".
IMAGENS
Eram aproximadamente
4h da manhã (22h de domingo em Brasília), quando o comando israelense cercou a
frota, impedindo seu avanço.
Nas embarcações menores a
interceptação transcorreu
sem maiores contratempos.
Mas na maior delas, Mari
Marmara, violentos confrontos se seguiram ao cerco israelense, resultando em ao
menos nove ativistas mortos.
Em imagens divulgadas
pelo governo israelense, é
possível ver soldados que
desceram dos helicópteros
por meio de cordas até o Mari
Marmara sendo agredidos
por dezenas de pessoas.
Um repórter da TV Al Jazeera que estava a bordo, porém, disse à Folha que uma
bandeira branca foi erguida
pela tripulação, mas não
conteve a ação dos israelenses, que, segundo ele, abriram fogo logo de início.
Após a interceptação, os
seis navios foram levados pela Marinha israelense até o
porto de Ashdod, onde os
passageiros seriam interrogados e colocados em voos
rumo aos países de origem.
A maioria se recusou a deixar o país, e por isso foi levada a um centro de detenção
próximo. Muitos chegaram
sem qualquer documento de
identidade, que teriam jogado no mar em protesto contra
a ação israelense. Outros se
negaram a falar com os policiais israelenses.
No Chipre, Greta Berlin,
uma das líderes do movimento Gaza Livre, rechaçou
as alegações de Israel.
"Eles podem distorcer os
fatos o quanto quiserem. Nós
somos civis, e eles são militares. Isso foi assassinato",
afirmou.
Próximo Texto: Porto vira palco de protestos nacionalistas Índice
|