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OPINIÃO OUTRO LADO
Soldados corriam perigo de vida; reação foi de autodefesa
Ataque a tropas israelenses foi premeditado; militantes incitaram a multidão embarcada gritando "intifada"
OS ORGANIZADORES ESTAVAM CIENTES DE QUE SUAS AÇÕES ERAM ILEGAIS. A AÇÃO DE ISRAEL ESTÁ FUNDADA NA LEI INTERNACIONAL
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GIORA BECHER
ESPECIAL PARA A FOLHA
Durante a madrugada de
31 de maio, soldados da marinha israelense embarcaram
em uma frota de seis navios
que tentavam violar o bloqueio marítimo em Gaza.
Militantes a bordo do Marmara Mavi atacaram os soldados com armamentos como pistolas, facas e paus, ferindo-os e deixando dois soldados em estado grave e três
em estado moderado.
Os navios que reagiram de
forma pacífica à operação foram escoltados ilesos, como
acontecera anteriormente
com navios que tentaram
violar o bloqueio marítimo.
O ataque contra os soldados israelenses foi premeditado. As armas utilizadas foram preparadas com antecedência. Huwaida Arraf, um
dos organizadores da flotilha, afirmou com antecedência ao evento: "Os israelenses vão ter que usar a força
para nos parar".
Bulent Yildirim, o líder do
IHH (Fundo de Ajuda Humanitária) e um dos principais
organizadores da frota, disse
pouco antes do embarque:
"Vamos resistir, e a resistência irá vencer".
Os militantes incitaram a
multidão embarcada gritando "intifada!", relembrando
a revolta dos palestinos na
Cisjordânia e na faixa de Gaza em protesto à ocupação israelense entre 1987-1993 e
novamente no ano 2000.
É preciso ressaltar que o
grupo organizador das embarcações tem orientação antiocidental e radical. Juntamente com as suas legítimas
atividades humanitárias,
apoia redes islâmicas radicais como o Hamas e elementos da jihad global, como a Al
Qaeda.
A ação de Israel contra a
frota está fundada na lei marítima internacional. O Hamas, que controla Gaza, já
lançou mais de 10 mil foguetes contra civis israelenses e
atualmente está envolvido
no contrabando de armas e
suprimentos militares na região, por terra e mar, a fim de
fortalecer suas posições e
continuar seus ataques contra Israel.
Sob a lei, Israel tem o direito de proteger a vida dos seus
civis de ataques do Hamas e
tem tomado medidas para se
defender, incluindo o bloqueio marítimo para travar o
rearmamento do Hamas.
ALVO
Os organizadores da frota
deixaram claro que seu alvo
principal era o bloqueio marítimo.
Greta Berlin, porta-voz da
frota, disse à agência de notícias AFT, em 27 de maio, que
"esta missão não é sobre a
entrega de suprimentos humanitários, mas [sobre] quebrar o cerco de Israel".
A frota recusou repetidas
ofertas de Israel para que os
suprimentos fossem entregues no porto de Ashdod e
transferidos por passagens
terrestres existentes, em conformidade com os procedimentos estabelecidos.
Se, por um lado, os organizadores afirmam ter preocupação humanitária com os
moradores de Gaza, por outro eles não têm preocupações semelhantes com o destino do soldado israelense sequestrado Gilad Shalit e se
recusaram a fazer uma chamada pública para permitir
que ele fosse visitado pela
Cruz Vermelha em Gaza.
Os organizadores estavam
cientes de que suas ações
eram ilegais. Sob o direito internacional, quando um bloqueio marítimo está em vigor, nenhuma embarcação
pode ingressar na área bloqueada. Em conformidade
com as obrigações de Israel
sob esta lei, os navios foram
avisados várias vezes sobre o
bloqueio marítimo ao longo
da costa de Gaza.
Ao ficar claro que a frota tinha a intenção de violar o
bloqueio, os soldados israelenses, que não empunhavam armas, embarcaram nos
navios e os redirecionaram
para Ashdod.
Foram recebidos de forma
violenta nas embarcações
onde dois israelenses foram
baleados, um esfaqueado e
outros atacados com tacos,
facas, machados e objetos
pesados. Os soldados israelenses corriam perigo de vida
e agiram em autodefesa.
Em Ashdod, a carga da frota e os itens de ajuda humanitária serão transferidos por
terra para a faixa de Gaza.
Os membros da frota que
necessitam de assistência estão em instalações médicas
israelenses.
O restante do grupo será
submetido a procedimentos
de imigração aplicáveis em
casos de tentativas de entrada ilegal.
GIORA BECHER, 60, é embaixador de Israel no Brasil
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