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Sob Obama, 3/4 dos latinos aprovam EUA
Pesquisa do Latinobarómetro indica que opinião positiva na região saltou de 58% em 2008 para 74% em 2009
Levantamento mostra ainda que 64% dos entrevistados veem com bons olhos influência regional de americanos
Saul Loeb/France Presse
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Barack Obama faz discurso em Racine, Wisconsin; pesquisa mostra que sua presença na Casa Branca melhorou imagem dos EUA na América Latina
FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
A América Latina tem melhor avaliação dos EUA e seu
papel na região após a chegada de Barack Obama à Casa
Branca. A pesquisa Latinobarómetro captou um salto de
16 pontos percentuais na taxa dos latino-americanos
que têm imagem favorável de
Washington: de 58% em
2008 a 74% no ano passado.
Os números são um desdobramento da pesquisa anual
da ONG chilena Latinobarómetro, realizada em 18 países
entre setembro e outubro de
2009, quando Obama estava
há pouco menos de oito meses no poder.
Divulgada ontem, a pesquisa ratifica o pouco sucesso regional do discurso do
presidente venezuelano, Hugo Chávez: só 34%, na média
da região, avaliam que Caracas exerce uma influência
positiva nos demais países,
contra 64% dos que pensam
o mesmo sobre os EUA.
No Brasil, apenas 25%
veem com bons olhos a influência de Chávez, enquanto 62% valorizam a influência americana.
Apesar das frequentes críticas do presidente venezuelano a Washington, 60% dos
cidadãos de seu país acham
que os EUA têm papel positivo na região, o que reflete a
polarização política interna.
A campeã do sentimento
antiamericano segue sendo a
Argentina, onde 41% creditam a Washington um papel
positivo na América Latina.
Para Marta Lagos, diretora-executiva do Latinobarômetro, o resultado expressa a
memória na Argentina sobre
o apoio à ditadura (1976-1983) e a associação entre
Washington e as políticas
econômicas que levaram à
crise econômica de 2001.
MAU HUMOR ARGENTINO
Os números do Latinobarómetro também fotografam
as esperanças da região
quanto ao futuro após o chamado "quinquênio virtuoso", com crescimento econômico até a crise mundial de
2008. Na média, 45% dos latino-americanos acham que
seus países "caminham na
direção correta", puxados
pelos altos níveis de Brasil
(75%) e Chile (65%) .
Entre as maiores economias da região, destoa a Argentina: apenas 19% aprovam os rumos do país.
O pessimismo argentino
bate até o dos hondurenhos
-32% responderam que seu
país seguia bom caminho,
ainda que durante a realização da pesquisa vivesse uma
fase aguda da crise política
após o golpe contra o presidente Manuel Zelaya.
Para Lagos, a cifra colhida
na Argentina reflete a baixa
aprovação da presidente
Cristina Kirchner e a pouca
relação que os cidadãos fazem entre suas expectativas
de futuro e as do país. "Notamos que 82% acham que, individualmente e em família,
estão indo bem."
Outra correlação entre
aprovação de governo e percepção dos rumos do país
acontece no Peru. O país do
presidente conservador de
Alan García, cuja aprovação
não supera 30%, cresceu a
taxas chinesas nos últimos
cinco anos. Na pesquisa,
apenas 32% dos peruanos
acreditam que o país caminha na direção correta.
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