São Paulo, terça-feira, 01 de agosto de 2006

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Para Peres, Líbano paga ambição do Irã

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

"O Líbano paga o preço das ambições nucleares do Irã. O Hizbollah quer construir um novo país nos modelos iranianos, e os aiatolás querem conquistar e expandir o regime persa no Oriente Médio. Agem como Hitler."
A declaração é do vice-premiê israelense Shimon Peres, 83, ex-líder trabalhista que aderiu ao Kadima e Prêmio Nobel da Paz.
"Não queremos atacar o Irã, mas se precisar, atacaremos", completou. Peres esteve ontem em Nova York e falou para uma platéia de analistas e cientistas políticos.
No dia em que Israel quebrou a trégua de 48 horas, o vice-premiê disse que Israel levará o conflito até a libertação dos dois soldados seqüestrados por militantes do Hizbollah e o desarmamento do grupo xiita.
"Vamos além disso. O Irã está de conluio com a Síria e de olho no Iraque. Se o mal vencesse seria uma catástrofe em termos de liberdade e de conquistas. Não vamos permitir que a bomba [atômica] caia nas mãos de terroristas", avaliou.
Peres atribui a um "erro comum de guerra" a morte de 37 crianças e quatro observadores da ONU. "O Hizbollah usa escudos humanos para proteger seus mísseis. A distância foi medida, eram 300 metros, o que é seguro. Vamos investigar as causas do acidente".
O vice-premiê diz haver um "quarteto do mal" composto pelo Hamas, pelo Hizbollah, pelo ditador sírio, Bashar al Assad, e pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. "Sairemos vitoriosos, apesar das dificuldades e dos aiatolás irresponsáveis."
Peres não vê fim para o conflito no curto prazo. "A vitória é a paz. Não somos Napoleão. Somos [o impressionista francês Claude] Monet. Não temos apetite por território."
"O islã precisa passar por uma revolução. Até [o ditador líbio Muammar] Gaddafi mudou", concluiu Peres.


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