São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2008

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IMIGRAÇÃO

Em estado de emergência, Itália recebe cerca de 800 clandestinos

Em Roma, Berlusconi e presidente da Romênia tratam dos ciganos no país

DA REDAÇÃO

Cerca de 800 imigrantes ilegais aportaram ontem em uma pequena ilha italiana em menos de 12 horas, provocando a saturação do centro de recolhimento da região. Na última sexta, o governo de centro-direita do premiê Silvio Berlusconi havia declarado estado de emergência em todo o país devido ao aumento da imigração ilegal.
Os imigrantes chegaram separadamente à ilha de Lampedusa. Em uma única embarcação de 17 metros estavam 339 deles, sendo 47 mulheres e 4 crianças. Os demais foram interceptados em grupos menores. Aparentemente, todos são provenientes da África e partiram da costa da Líbia.
A chegada dos imigrantes reforça o discurso governista, que aponta um incremento na imigração clandestina como justificativa para estender o estado de emergência para todo o país -as regiões de Sicília, Calábria e Púglia, no sul, já se encontravam nessa situação.
Segundo números oficiais, mais de 10 mil ilegais entraram no país só no primeiro semestre, contra pouco mais de 5.000 no mesmo período de 2007.
Também ontem, o presidente da Romênia, Traian Basescu, encontrou-se com Berlusconi na Itália. Ao lado do premiê, Basescu disse não acreditar que os romenos estejam sendo discriminados, embora discorde de algumas das políticas adotadas em relação a eles, boa parte dos quais ciganos.
"O governo romeno não aprova grande parte das medidas tomadas pela Itália", mas "não existe um comportamento negativo contra a comunidade romena", disse Basescu, procurando não polemizar em entrevista coletiva conjunta. Berlusconi tratou de atribuir a má recepção às medidas adotadas por seu governo a uma "desinformação absoluta".
A comunidade cigana na Itália vem sendo submetida a recolhimento de impressões digitais, alegadamente para permitir que as crianças sem documento possam freqüentar a escola. Mas as medidas são consideradas discriminatórias por, entre outros, ONU, União Européia e Vaticano.
O governo de Berlusconi, que assumiu em maio, promove uma ofensiva contra a imigração clandestina, sobretudo da africana e do Leste Europeu, por considerá-la causa do aumento da criminalidade.


Com agências internacionais


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