São Paulo, sábado, 01 de setembro de 2007

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Equador pede que Colômbia cubra gasto com refugiados

Quito acusa Bogotá de omissão e afirma que entregará a conta dos seus gastos

Camponeses fugiram para o país vizinho por medo da violência na Colômbia; Defesa Civil diz ter gastado US$ 30 diários por pessoa

DA REDAÇÃO

A Chancelaria do Equador avisou que cobrará do governo colombiano a conta das despesas com os mais de 1.500 refugiados que recebeu desde o início da semana.
O medo de confrontos entre o Exército da Colômbia e guerrilheiros expulsou 1.553 colombianos de seu país para o Equador. Os refugiados, a maioria mulheres e crianças, fugiram do departamento de Nariño em direção à cidade equatoriana de San Lorenzo, na fronteira.
"Temos de fazer as contas e apresentá-las à Colômbia", afirmou ontem a chanceler equatoriana, María Fernanda Espinosa. A ministra declarou que Bogotá nunca chegou a responder a seu pedido de auxílio para atender aos refugiados, que já regressaram a seu país. "Enviamos à Chancelaria colombiana uma lista das necessidades materiais para atender a essa população. Obviamente não recebemos essa ajuda."
Segundo nota do Acnur, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, os colombianos receberam alimentação, remédios e outros suprimentos, como colchões e cobertores. A entidade declarou que mobilizou recursos tanto do lado equatoriano como do lado colombiano da fronteira para a assistência a essas pessoas.
O Acnur informou ainda que entre os recursos disponibilizados pela Defesa Civil equatoriana estava atendimento médico gratuito.

US$ 30
O chefe da Defesa Civil equatoriana, Carlos Veloso, calcula que cada refugiado colombiano tenha custado ao Equador cerca de US$ 30 diários.
Veloso afirmou também que os colombianos fugiram não com medo da violência, mas para pressionar o governo da Colômbia a suspender a erradicação do cultivo ilegal de coca. "Aproveitaram-se da nossa benevolência e generosidade, mas esse jogo de interesses não pode continuar afetando o Equador", disse. O chefe da Defesa Civil afirmou ainda que um dos líderes dos camponeses refugiados lhe disse que, se Bogotá não aceitasse conversar com eles sobre a suspensão da eliminação do plantio de coca, "mais 8.000 colombianos" fugiriam.
A erradicação do cultivo de coca pela Colômbia já gerou desentendimentos com o Equador quando era feita por meio de fumigação. O governo equatoriano pediu a suspensão desse processo, alegando que, ao borrifar herbicida nas áreas fornteiriças, os colombianos estavam destruindo áreas agrícolas no país vizinho.
De acordo com o Acnur, cerca de 250 mil colombianos já fugiram para o Equador a fim de escapar de conflitos armados, o que faz do país aquele com maior número de pessoas carecendo de proteção internacional na América Latina.


Com agências internacionais

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