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Equador pede que Colômbia cubra gasto com refugiados
Quito acusa Bogotá de omissão e afirma que entregará a conta dos seus gastos
Camponeses fugiram para o país vizinho por medo da violência na Colômbia; Defesa Civil diz ter gastado US$ 30 diários por pessoa
DA REDAÇÃO
A Chancelaria do Equador
avisou que cobrará do governo
colombiano a conta das despesas com os mais de 1.500 refugiados que recebeu desde o início da semana.
O medo de confrontos entre
o Exército da Colômbia e guerrilheiros expulsou 1.553 colombianos de seu país para o Equador. Os refugiados, a maioria
mulheres e crianças, fugiram
do departamento de Nariño em
direção à cidade equatoriana de
San Lorenzo, na fronteira.
"Temos de fazer as contas e
apresentá-las à Colômbia",
afirmou ontem a chanceler
equatoriana, María Fernanda
Espinosa. A ministra declarou
que Bogotá nunca chegou a responder a seu pedido de auxílio
para atender aos refugiados,
que já regressaram a seu país.
"Enviamos à Chancelaria colombiana uma lista das necessidades materiais para atender a
essa população. Obviamente
não recebemos essa ajuda."
Segundo nota do Acnur, o Alto Comissariado da ONU para
Refugiados, os colombianos receberam alimentação, remédios e outros suprimentos, como colchões e cobertores. A entidade declarou que mobilizou
recursos tanto do lado equatoriano como do lado colombiano
da fronteira para a assistência a
essas pessoas.
O Acnur informou ainda que
entre os recursos disponibilizados pela Defesa Civil equatoriana estava atendimento médico
gratuito.
US$ 30
O chefe da Defesa Civil equatoriana, Carlos Veloso, calcula
que cada refugiado colombiano
tenha custado ao Equador cerca de US$ 30 diários.
Veloso afirmou também que
os colombianos fugiram não
com medo da violência, mas para pressionar o governo da Colômbia a suspender a erradicação do cultivo ilegal de coca.
"Aproveitaram-se da nossa benevolência e generosidade, mas
esse jogo de interesses não pode continuar afetando o Equador", disse. O chefe da Defesa
Civil afirmou ainda que um dos
líderes dos camponeses refugiados lhe disse que, se Bogotá
não aceitasse conversar com
eles sobre a suspensão da eliminação do plantio de coca, "mais
8.000 colombianos" fugiriam.
A erradicação do cultivo de
coca pela Colômbia já gerou desentendimentos com o Equador quando era feita por meio
de fumigação. O governo equatoriano pediu a suspensão desse processo, alegando que, ao
borrifar herbicida nas áreas
fornteiriças, os colombianos estavam destruindo áreas agrícolas no país vizinho.
De acordo com o Acnur, cerca
de 250 mil colombianos já fugiram para o Equador a fim de escapar de conflitos armados, o
que faz do país aquele com
maior número de pessoas carecendo de proteção internacional na América Latina.
Com agências internacionais
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