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Hamas mata 4 e ameaça cúpula de paz
Colonos israelenses sofrem emboscada perto de Hebron; assassinato ocorre na véspera de reunião nos EUA
Rumo aos EUA, premiê Binyamin Netanyahu pede uma "ação sem limites" para capturar os autores do ataque
Mohammed Salem/Reuters
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Na faixa de Gaza, homens palestinos comemoramo atentado contra colonos israelenses
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
A violência voltou ontem
aos territórios ocupados por
Israel, na véspera do reinício
das negociações de paz com
os palestinos.
Quatro israelenses foram
mortos a tiros perto de Hebron, na Cisjordânia, entre
eles uma mulher grávida.
A ação foi reivindicada pelo grupo islâmico Hamas,
que controla a faixa de Gaza e
é radicalmente contrário à
negociação com Israel.
O atentado deve reforçar o
clima de pessimismo que cerca o esforço americano de
aproximar israelenses e palestinos numa nova rodada
do processo de paz a partir de
hoje, em Washington.
Além disso, abala a sensação de segurança gerada nos
últimos meses pela cooperação entre as forças de Israel e
da ANP (Autoridade Nacional Palestina), que administra a Cisjordânia. Foi o pior
atentado contra civis israelenses em mais de dois anos.
Segundo o Exército de Israel, o carro com dois casais
de colonos estava numa estrada perto do assentamento
de Kiryat Arba, quando atiradores palestinos emparelharam e abriram fogo.
As vítimas, todas de uma
mesma família, moravam no
pequeno assentamento de
Beit Hagai, ao sul da cidade
de Hebron, um dos principais focos de tensão entre israelenses e palestinos.
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, que estava a
caminho da cúpula de Washington quando o ataque
ocorreu, ordenou que as forças de segurança israelenses
"ajam sem limites políticos
para capturar os autores".
"Essa ação criminosa mostra mais uma vez que temos
que ser firmes nas demandas
de segurança", disse o porta-voz do premiê, Nir Hefez.
A Embaixada de Israel em
Washington divulgou comunicado condenando o atentado, mas reiterando que a retomada das negociações seguirá conforme o planejado.
O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina),
Mahmoud Abbas, foi informado do ataque quando estava reunido em Washington
com a secretária de Estado
americana, Hillary Clinton.
Nabil Abu Rudeineh, porta-voz de Abbas, disse que a
ANP sempre foi contra a morte de civis "de ambos os lados" e que o atentado de ontem reforça a necessidade de
avançar com rapidez no processo de paz".
Rival da ANP, o Hamas
aplaudiu a ação como "uma
reação natural aos crimes cometidos por Israel e pelos colonos".
A violência contra colonos
israelenses constrange a
ANP e mostra o tamanho do
obstáculo que a divisão entre
os palestinos representa para
a negociação que se inicia
hoje em Washington.
Para a direita israelense,
trata-se de uma confirmação
de que a diplomacia não assegura segurança, muito pelo contrário.
"Ficou claro que os períodos mais violentos ocorrem
durante processos políticos",
disse o deputado Uri Ariel, do
partido União Nacional, que
integra a coalizão de governo. "Netanyahu deve congelar as negociações e focar na
segurança de Israel".
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