FÁBIO ZANINI
de Londres

O ex-ditador chileno Augusto Pinochet, preso em Londres há quase um ano, saberá dentro de uma semana se terá sua extradição para a Espanha determinada pela Justiça britânica.
Ontem, terminaram as audiências do processo. O juiz Ronald Bartle disse que anunciará sua decisão no dia 8 de outubro.
Pinochet é acusado de orquestrar uma "campanha de terror" durante seu governo, que resultou em abusos de direitos humanos e torturas que levaram à morte de opositores políticos.
A defesa do general rebateu as críticas com um argumento no mínimo polêmico: "Morte instantânea não é tortura. Vários dos casos listados pela acusação referem-se a pessoas que morreram instantaneamente, sem sofrimento contínuo", disse Clive Nicholls, advogado de Pinochet.
Ele citou o exemplo do sindicalista Wilson Juica, que teria morrido após receber um choque elétrico muito forte, "sem dor nem traumas", segundo ele.
Alun Jones, que representa a Espanha no processo, disse que o argumento é "absurdo".
"É ofensivo até sugerir uma coisa dessas", afirmou.
Acusação e defesa poderão recorrer da decisão de Bartle, caso discordem dela.

Extrema-unção
Ontem, o jornal "The Daily Telegraph" revelou que Pinochet recebeu a visita de um padre, semana passada, para receber a extrema-unção, após ter desmaiado.
O rito, porém, não chegou a ser ministrado, pois o general teria mostrado sinais de recuperação.



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