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Equador mantém a expulsão da Odebrecht apesar de acordo
Após encontrar Lula, Correa diz que construtora aceitou
condições do governo, mas "em princípio, está fora do país"
Decisão final será tomada
nos próximos dias, diz
equatoriano, que elogiou
respeito de Lula à "decisão
soberana" de seu governo
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O presidente do Equador,
Rafael Correa, disse ontem que
a construtora brasileira Odebrecht continuará sob intervenção estatal em seu país e
que uma decisão sobre o caso
será tomada nos próximos dias.
"Em princípio não vamos revisar nada. [...] Em princípio a
decisão continua em pé: Odebrecht está fora do país", afirmou Correa em entrevista coletiva em Manaus, após encontro com os presidentes Luiz
Inácio Lula da Silva, Evo Morales (Bolívia) e Hugo Chávez
(Venezuela).
O Equador acusa a empreiteira de responsabilidade por
problemas que levaram à paralisação, desde 6 de junho, da
usina hidrelétrica San Francisco, que responde por 12% da
produção elétrica do país.
Na semana passada, Correa
assinou decreto que arrestou os
bens da Odebrecht no Equador
e suspendeu outros quatro contratos da empresa, que somam
US$ 650 milhões. Também militarizou instalações da empreiteira e proibiu a saída de
dois de seus diretores do país.
A Odebrecht está reparando
os problemas, mas inicialmente não aceitou a exigência de indenizar o governo equatoriano
pelo período de paralisação da
usina. A reportagem não conseguiu contato com a empresa na
noite de ontem.
Correa disse ontem ter conversado "casualmente" com
Lula sobre o assunto. "O presidente Lula, como sempre muito respeitoso com a soberania
de nosso país, entende que é
um problema entre um Estado
e uma empresa privada."
O presidente do Equador,
que no domingo saiu vencedor
de referendo que ratificou a nova Constituição do país, disse
ter sido informado por Lula
que a Odebrecht aceita as compensações impostas por seu governo, a despeito de negativas
anteriores.
"Ele [Lula] disse que a empresa formalizou um pedido de
acordo, que antes havia rechaçado em duas oportunidades,
aceitando todas as condições.
[...] Nos próximos dias deveremos ter uma resposta da Odebrecht e tomar uma decisão."
Antes do encontro, Lula disse que "Rafael [Correa] é amigo
do Brasil, assim como somos
amigos do Equador". O equatoriano elogiou o respeito à "decisão soberana" de seu governo.
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