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Tumulto mata pelo menos 147 pessoas em templo na Índia
Quarta e mais grave debandada em festival hindu neste ano acontece em atração histórica de Jodhpur, cidade turística
Local de peregrinação fica no alto de uma montanha
e é acessível por caminhos estreitos, íngremes e que estavam escorregadios
Reuters
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Corpos de algumas das vítimas do tumulto que deixou 147 mortos na entrada de templo indiano
DA REDAÇÃO
Ao menos 147 pessoas morreram ontem em decorrência
de um tumulto na porta de um
templo hindu na cidade de
Jodhpur, no oeste da Índia.
Por volta das 6h locais, houve
debandada na fila que reunia os
homens na entrada do templo
Chamunda Devi, para o primeiro dia de celebração do Navaratra, tradicional festival religioso hindu.
Uma barreira para conter os
peregrinos cedeu, e houve pessoas pisoteadas e sufocadas nas
vias de acesso ao templo. Mais
de uma versão foi apresentada
como causa do incidente.
Testemunhas relatam ter
visto jovens homens escorregando e caindo sobre outras
pessoas ao tentar escalar uma
encosta que levava ao templo.
A agência Reuters registrou
testemunho que atribuiu o acidente ao fato de autoridades terem parado o fluxo de fiéis para
dar passagem a um "vip".
Os administradores do prédio negam a informação e afirmam que um grupo de jovens
peregrinos forçou passagem,
gerando o tumulto.
Eles também rechaçaram
que rumores de uma ameaça de
bomba no local tenham agravado a debandada, gerando maior
temor nos peregrinos.
Água de coco
"O estreito caminho ficou
bem escorregadio", declarou o
funcionário municipal Kiran
Soni Gupta, que acompanhou o
resgate. Segundo ele, a maioria
dos mortos eram homens e não
apresentavam contusões visíveis (sinal de que morreram
por asfixia no tumulto).
Além do fato de os peregrinos
hindus costumarem realizar
suas caminhadas com os pés
descalços, o que pode ter contribuído para os escorregões, a
água de coco é usada pelos fiéis
nos rituais, que podem ter também oferenda de manteiga. Isso teria agravado a situação, já
difícil pela localização do ponto
pretendido pelo fiéis.
O templo Chamunda Devi integra o forte Mehrangarh,
construção do século 15, estabelecida sobre a cidade de
Jodhpur -um dos mais conhecidos centros do Estado do Rajastão, famoso por suas atrações turísticas.
A construção fica no alto de
uma montanha, 125 metros acima da cidade. Por razões estratégicas, o local é de difícil acesso. O forte, onde atualmente
funciona um museu, era usado
como palácio do marajá de
Jodhpur até meados do século
passado e já foi o centro de um
antigo reino indiano.
As vias para subir ao topo da
construção, que se espalha por
5 quilômetros, são íngremes e
tortuosas, próprias para barrar
a entrada de um exército rival.
Dos poucos caminhos ao topo, apenas um é acessível por
veículos como carros e ambulâncias. E fica a cerca de 2,5 km
do ponto onde está o templo.
Dessa forma, as vítimas que
chegaram a receber cuidados
nos hospitais tiveram que ser
transportadas em macas improvisadas montanha abaixo.
Foi a quarta e mais grave
ocorrência similar em peregrinações neste ano na Índia.
No início do mês passado,
145 pessoas (40 delas crianças)
morreram numa debandada
próxima a um templo no Estado de Himachal Pradesh, que
fica na borda do Himalaia.
Na ocasião, a correria dos
fiéis hindus foi causada pelo
alarme falso de um desabamento no alto da montanha onde fica o templo.
Semanas antes, seis pessoas
tinham morrido em um festival
hindu no Estado de Orissa (leste do país). Em março, um encontro de 100 mil fiéis no centro do país foi marcado pela
morte de nove peregrinos em
um tumulto parecido.
Com agências internacionais
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