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Geórgia iniciou guerra na Ossétia, diz texto
Relatório patrocinado pela UE ressalta, porém, que resposta da Rússia no conflito foi "além do razoável"
DA REDAÇÃO
Relatório encomendado pela
União Europeia (UE) e divulgado ontem atribui à Geórgia a
responsabilidade por iniciar a
guerra de seis dias travada em
agosto do ano passado com a
Rússia, mas qualifica de "além
do razoável" a resposta de Moscou ao ataque de Tbilisi à região
autonomista da Ossétia do Sul.
"Foi a Geórgia que desatou a
guerra quando atacou Tskhinvali [capital ossetiana] com artilharia pesada na noite de 7 para 8 de agosto de 2008", aponta
o texto de mil páginas depois de
cerca de nove meses de investigações. "Há uma questão sobre
se o uso da força era justificável
pela lei internacional. Não era."
A guerra-relâmpago teve início após o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, enviar
tropas à região separatista -de
maioria russa e, na prática, sob
tutela russa desde os anos 90.
O russo Dmitri Medvedev
reagiu com o envio de tropas
para defender o território, que
depois avançaram à Abkházia,
outra região separatista, e à
própria Geórgia. A guerra só foi
cessada sob mediação da UE.
A investigação concluiu que a
resposta russa foi inicialmente
legal por se tratar de defesa de
tropas de manutenção de paz
estacionadas na Ossétia do Sul,
mas violou a legislação internacional ao transbordar a ação
militar das fronteiras da região.
"Ainda que seja difícil decidir
onde deve-se traçar a linha, parece que muito da ação da Rússia foi além de limites razoáveis
de defesa", diz o texto.
O relatório repreendeu ainda
a Rússia por permitir ações de
limpeza étnica contra georgianos por milícias pró-Rússia na
Ossétia do Sul e por ter reconhecido depois a independência do território e da Abkházia.
Segundo Tbilisi, 228 civis e
184 militares do país morreram. Moscou estima em 64
seus militares mortos e em 162
as vítimas civis ossetianas.
Rússia e Geórgia interpretaram o texto como favorável a
suas versões, mas é Saakashvili
que deve sofrer mais críticas
por ter levado o país a uma
guerra perdida.
Com agências internacionais
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