São Paulo, quinta-feira, 01 de outubro de 2009

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Geórgia iniciou guerra na Ossétia, diz texto

Relatório patrocinado pela UE ressalta, porém, que resposta da Rússia no conflito foi "além do razoável"

DA REDAÇÃO

Relatório encomendado pela União Europeia (UE) e divulgado ontem atribui à Geórgia a responsabilidade por iniciar a guerra de seis dias travada em agosto do ano passado com a Rússia, mas qualifica de "além do razoável" a resposta de Moscou ao ataque de Tbilisi à região autonomista da Ossétia do Sul.
"Foi a Geórgia que desatou a guerra quando atacou Tskhinvali [capital ossetiana] com artilharia pesada na noite de 7 para 8 de agosto de 2008", aponta o texto de mil páginas depois de cerca de nove meses de investigações. "Há uma questão sobre se o uso da força era justificável pela lei internacional. Não era."
A guerra-relâmpago teve início após o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, enviar tropas à região separatista -de maioria russa e, na prática, sob tutela russa desde os anos 90.
O russo Dmitri Medvedev reagiu com o envio de tropas para defender o território, que depois avançaram à Abkházia, outra região separatista, e à própria Geórgia. A guerra só foi cessada sob mediação da UE.
A investigação concluiu que a resposta russa foi inicialmente legal por se tratar de defesa de tropas de manutenção de paz estacionadas na Ossétia do Sul, mas violou a legislação internacional ao transbordar a ação militar das fronteiras da região.
"Ainda que seja difícil decidir onde deve-se traçar a linha, parece que muito da ação da Rússia foi além de limites razoáveis de defesa", diz o texto.
O relatório repreendeu ainda a Rússia por permitir ações de limpeza étnica contra georgianos por milícias pró-Rússia na Ossétia do Sul e por ter reconhecido depois a independência do território e da Abkházia.
Segundo Tbilisi, 228 civis e 184 militares do país morreram. Moscou estima em 64 seus militares mortos e em 162 as vítimas civis ossetianas.
Rússia e Geórgia interpretaram o texto como favorável a suas versões, mas é Saakashvili que deve sofrer mais críticas por ter levado o país a uma guerra perdida.

Com agências internacionais



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