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Governo equatoriano fecha acordo com Petrobrás e expulsa a Repsol
DA REPORTAGEM LOCAL
Após semanas de tensas negociações e ameaças de nacionalizar investimentos da empresa, o governo do Equador
anunciou ontem ter fechado
acordo de transição com a Petrobras pelo qual a companhia
brasileira ficará por ao menos
mais um ano no país -pagando
mais impostos ao Estado- enquanto negocia marco legal definitivo. Quito aproveitou o
anúncio para informar que encerrará os contratos com a petroleira argentino-espanhola
Repsol-YPF.
Conforme o presidente da
Petrobras, Sergio Gabrielli,
afirmara à Folha em 22 de outubro, a petroleira não aceitou
a exigência do governo do esquerdista Rafael Correa de migrar para o regime de contrato
de serviço, que estabelece a entrega de todo o óleo ao Estado e
prevê o ressarcimento dos custos e da margem de lucro da
operadora. "Fizemos um acordo que mudou as condições tributárias, é mais caro, mas mantém as condições atuais, e temos mais um ano para continuar discutindo".
Se o desfecho com a empresa
brasileira era esperado, o
anúncio de rompimento com a
Repsol-YPF causou surpresa,
segundo disseram porta-vozes
da empresa. Em Madri, a companhia disse que não considera
encerradas as negociações com
o Estado equatoriano.
"Eles mudaram constantemente de critério e não nos
permitiram negociar", disse o
ministro de Minas e Petróleo,
Derlis Palacio, durante a coletiva de imprensa sobre a Petrobras. "O Estado equatoriano
tomou a decisão de pôr fim à
relação laboral com Repsol."
Palacio disse ainda que o governo não titubeará em tomar
medida semelhante com outras petroleiras. Além das duas
empresas, o governo quer impor o novo modelo de contrato
a outras três petroleiras.
Apesar das ameaças das semanas anteriores, o ministro
equatoriano disse que o acordo
da Petrobras mostrava a "boa
vontade" do governo Rafael
Correa para negociar.
O contrato de transição Petrobras-Petroecuador (a estatal local) abarca o bloco 18, que
produz em média 32 mil barris
de petróleo/dia, e o campo unificado de Palo Azul. Recentemente, a empresa devolveu o
bloco 31 ao Estado.
O desfecho da negociação é o
primeiro resultado positivo em
dois meses de turbulência entre o governo Correa e empresas brasileiras. Em outubro, o
presidente assinou decreto regulamentando a rescisão dos
quatro projetos da construtora
Odebrecht no Equador, acusando-a de falha no serviço e
corrupção. A medida incluiu
também a expulsão da estatal
brasileira Furnas.
(FLÁVIA MARREIRO)
Com agências internacionai
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