DA REUTERS

O candidato opositor à Presidência do Afeganistão, Abdullah Abdullah, anunciará hoje se pretende boicotar o segundo turno eleitoral do próximo dia 7 após ver ignoradas sua demanda de que fosse substituído o chefe da Comissão Eleitoral Independente, que coordena o pleito, sob a alegação de que ele não tem a credibilidade necessária para garantir um segundo turno livre de fraudes.
Fontes da campanha de Abdullah diziam ontem que a tendência era a de que Abdullah declarasse o boicote e incentivasse seus eleitores a não comparecerem às seções de votação.
Um porta voz da comissão eleitoral disse ontem que o prazo para Abdullah retirar sua candidatura já se esgotou e que a eleição acontecerá independentemente do boicote do seu candidato.
Dos Emirados Árabes, onde se reuniu ontem com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que um eventual boicote de Abdullah não retiraria legitimidade da votação.
"Nós vemos isso acontecer no nosso próprio país onde, por qualquer combinação de motivos, um dos candidatos pode decidir não ir adiante [com a sua candidatura]. Eu não acho que isso tenha algo a ver com a legitimidade da eleição. É uma escolha pessoal que pode ser feita ou não", afirmou a chanceler.
A reivindicação de Abdullah de substituir Azizullah Lodin, da comissão eleitoral, deriva do fato de terem sido constatadas fraudes em massa no primeiro turno, organizado sob sua responsabilidade.
Embora também tenham sido apontadas irregularidades nos votos dados a Abdullah, a maioria das fraudes se concentrou nos votos em Karzai, o que acabou levando à realização do segundo turno.


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