São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

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Hillary se reúne com Abbas, mas impasse segue

Secretária de Estado vai agora a Israel, para tentar reavivar negociação a três meses de eleição palestina

DA REDAÇÃO

A negativa de Israel de interromper o programa de assentamentos em territórios palestinos ocupados segue bloqueando a retomada das negociações de paz e não há "nada de novo" sobre o tema, disse ontem o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, após reunir-se com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, nos Emirados Árabes.
"Jerusalém está em perigo, e a paz começa em Jerusalém", continuou Abbas. Israel tem resistido há meses aos apelos do governo Barack Obama, que cobra o congelamento do programa que envolve a Cisjordânia e tem feito crescer a tensão em Jerusalém.
Hillary viajaria ainda ontem para Israel, onde terá reuniões com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, o chanceler Avigdor Liberman e com o ministro da Defesa, Ehud Barak. É a primeira vez que ela visita o país desde a posse de Netanyahu, em março.
A série de encontros rápidos na região visa, segundo o Departamento de Estado, ter impressões atualizadas das atitudes dos dois lados no impasse, dias antes de Hillary se reunir com chanceleres árabes no Marrocos, na próxima semana.
Nos bastidores, porém, integrantes do governo israelense expressam dúvidas sobre a utilidade da turnê da secretária de Estado a três meses das eleições presidenciais e legislativas palestinas.
Segundo a agência Associated Press, Abbas, enfraquecido ante o avanço de Israel nos territórios palestinos, ligou para Hillary na semana passa para informar que não tentaria se reeleger na Presidência da ANP em nome do Fatah. Recebeu em seguida ligação do presidente Barack Obama para persuadi-lo a continuar na disputa.
Na avaliação do grupo de Abbas, só uma concessão de Israel poderia fortalecê-lo e recuperar a confiança dos palestinos no governo Obama às vésperas de um pleito já desacreditado. Neste mês, a ANP marcou a eleição para 24 de janeiro, após o fracasso das conversações de reconciliação entre o Fatah e o Hamas -que controla a faixa de Gaza desde que expulsou o grupo de Abbas em 2007.
"O anúncio significa que as eleições ocorrerão apenas na Cisjordânia [controlada pelo Fatah], cimentando a divisão palestina", afirmou, então, o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri.

Com agências internacionais



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