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Hillary se reúne com Abbas, mas impasse segue
Secretária de Estado vai agora a Israel, para tentar reavivar negociação a três meses de eleição palestina
DA REDAÇÃO
A negativa de Israel de interromper o programa de assentamentos em territórios palestinos ocupados segue bloqueando a retomada das negociações
de paz e não há "nada de novo"
sobre o tema, disse ontem o
presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, após reunir-se
com a secretária de Estado
americana, Hillary Clinton, nos
Emirados Árabes.
"Jerusalém está em perigo, e
a paz começa em Jerusalém",
continuou Abbas. Israel tem
resistido há meses aos apelos
do governo Barack Obama, que
cobra o congelamento do programa que envolve a Cisjordânia e tem feito crescer a tensão
em Jerusalém.
Hillary viajaria ainda ontem
para Israel, onde terá reuniões
com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, o
chanceler Avigdor Liberman e
com o ministro da Defesa,
Ehud Barak. É a primeira vez
que ela visita o país desde a posse de Netanyahu, em março.
A série de encontros rápidos
na região visa, segundo o Departamento de Estado, ter impressões atualizadas das atitudes dos dois lados no impasse,
dias antes de Hillary se reunir
com chanceleres árabes no
Marrocos, na próxima semana.
Nos bastidores, porém, integrantes do governo israelense
expressam dúvidas sobre a utilidade da turnê da secretária de
Estado a três meses das eleições presidenciais e legislativas
palestinas.
Segundo a agência Associated Press, Abbas, enfraquecido
ante o avanço de Israel nos territórios palestinos, ligou para
Hillary na semana passa para
informar que não tentaria se
reeleger na Presidência da ANP
em nome do Fatah. Recebeu
em seguida ligação do presidente Barack Obama para persuadi-lo a continuar na disputa.
Na avaliação do grupo de Abbas, só uma concessão de Israel
poderia fortalecê-lo e recuperar a confiança dos palestinos
no governo Obama às vésperas
de um pleito já desacreditado.
Neste mês, a ANP marcou a
eleição para 24 de janeiro, após
o fracasso das conversações de
reconciliação entre o Fatah e o
Hamas -que controla a faixa
de Gaza desde que expulsou o
grupo de Abbas em 2007.
"O anúncio significa que as
eleições ocorrerão apenas na
Cisjordânia [controlada pelo
Fatah], cimentando a divisão
palestina", afirmou, então, o
porta-voz do Hamas, Sami Abu
Zuhri.
Com agências internacionais
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