São Paulo, terça-feira, 01 de novembro de 2011

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Países disputam berço do 'bebê 7 bilhões'

Nações como Filipinas e Rússia comemoram a vinda do habitante, mas não há como determinar sua nacionalidade

Estimativa da ONU sobre o nascimento do cidadão 7 bi tem margem de erro de ao menos seis meses

DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO

O habitante número 7 bilhões -hipoteticamente nascido ontem- ganhou diversos nomes e endereços, conforme países como as Filipinas e a Rússia apresentaram seus candidatos simbólicos.
Simbólicos porque, estatisticamente, não é possível afirmar "quem" e "onde".
"Ninguém pode saber qual é a criança 7 bilhões", diz à Folha Christian Delson, funcionário do UNFPA (fundo da ONU para a população). "Não há data ou local específicos."
Afinal, o número de habitantes é uma estimativa feita a partir dos levantamentos de cada país. As contas da ONU preveem uma margem de erro de no mínimo seis meses, para mais ou para menos.
Dessa maneira, os nascimentos celebrados ontem servem principalmente de alerta. "São um marco para chamar a atenção para a questão da população", diz.
O habitante 6 bilhões, porém, foi reconhecido pontualmente. É Adnan Nevic, nascido em 1999, em Sarajevo (Bósnia-Herzegóvina).
Mas esse não é, para Delson, indício de mudança de política da ONU ao, desta vez, não reconhecer um bebê específico. "Aconteceu que, naquele momento, o secretário-geral [Kofi Annan] estava [viajando] em missão e visitou a maternidade [em que nasceu Nevic]. Foi também um ato simbólico."
As Filipinas comemoraram ontem o nascimento de Danica May Camacho.
A Rússia aponta não um, mas dois bebês de número 7 bilhões. As regiões Kamchatka (leste) e Kaliningrado (oeste) reivindicam o mérito.
A Índia celebrava ontem sete nascimentos na região de Uttar Pradesh. São todas garotas, escolhidas para alertar para o alto índice de aborto de bebês femininos no país, em que meninos são preferidos pelas famílias.
A ONU aproveita a simbologia dos nascimentos para pedir que autoridades e cidadãos pensem em questões como desemprego, escassez de recursos naturais e educação.

Com agências de notícias


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