São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2006 |
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Chávez defende reeleição sem limite
Venezuelano confirma que proporá reforma da Constituição para que possa concorrer a mais de dois mandatos consecutivos
SÉRGIO DÁVILA REVOLUÇÃO OU REVOLUÇÃO - Aqui há duas opções, a nossa e a do império americano. Neste momento e por um período indeterminado, há essa revolução, e não há outro projeto possível na Venezuela. Que outros tentem instalar, bom, é uma democracia, mas uma coisa é tentar e outra é implementar. REFORMA CONSTITUCIONAL - É uma das coisas que já anunciei. Não sou o ditador Hugo Chávez. Como esta é uma revolução muito dinâmica, é necessário fazer uma revisão, para ver onde é preciso reformá-la. Mas qualquer reforma tem de passar por um referendo nacional. Tenho idéias, mas designaremos uma comissão presidencial pró-Constituinte. REELEIÇÃO PERPÉTUA - Comecei a falar da possibilidade da reforma para instalar na Constituição o direito de reeleição indefinida [perpétua], isso não deve estranhar o mundo. No Reino Unido, por exemplo, há. Por quantos anos governaram [os presidentes franceses François] Mitterrand, [Jacques] Chirac? Não estou planejando colocar na Constituição "o presidente Hugo Chávez ficará na Presidência até que morra". É algo muito diferente estudar a possibilidade. Faremos uma revisão integral da Constituição, à luz da nova realidade mundial e continental. Não vou colocar uma cláusula para ser rei. CONSELHOS POPULARES - Vamos entrar na fase dos conselhos populares, que estão se estruturando. Uma das linhas estratégicas do período que começará não em 2 de fevereiro, mas já no dia 4 [de janeiro], é dar estrutura muito mais sólida, formal e legal ao poder popular. Trata-se da arquitetura do poder popular. XINGAMENTO A BUSH NA ONU - Fui com meu discurso escrito. Levava o livro de Noam Chomsky [lingüista americano]. Quando li o discurso de Bush, disse que tinha de responder, porque ele falou como o dono do mundo. Ameaçou o mundo, e, como ninguém respondeu, eu disse: "Vai sobrar para mim outra vez". Veja o que aconteceu agora, o nocaute que ele levou nas eleições. Deveria renunciar. Se tivesse acontecido comigo, seria para renunciar. O povo está falando, que ele respeite. E aonde quer que vá esse cavalheiro, e eu tenha ocasião de dizer algo, direi com humildade, mas direi com firmeza. É incomensurável o dano que fez na América Latina o imperialismo norte-americano. Muito mais do que fizeram os 300 anos de império espanhol. OTAN SUL-AMERICANA -
Não somos o único país que
compra armas no mundo nem
na América Latina. Nem sequer
o primeiro. O Brasil tem uma
boa indústria militar, e isso é
bom. Cada país, soberanamente, tem o direito de adquirir o
armamento para sua defesa.
Não temos plano de agressão.
Mas hoje estamos ameaçados
pelo império. |
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