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Após ordenar reforços, Obama defende em público guerra afegã
Decisão de enviar mais tropas foi tomada anteontem em reunião com conselheiros na Casa Branca; EUA ainda ofereceram ao Paquistão parceria mais ampla
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Do Salão Oval da Casa Branca, o presidente dos EUA, Barack Obama, lançou a ordem de
elevar o número de soldados na
Guerra do Afeganistão anteontem. A decisão foi tomada em
um encontro do presidente
com alguns dos principais
membros de seu governo, entre
militares e diplomatas, e será
anunciada oficialmente hoje.
Obama se reuniu com o secretário da Defesa, Robert Gates, com a secretária de Estado,
Hillary Clinton, com o chefe de
gabinete (equivalente no Brasil
ao ministro chefe da Casa Civil), Rahm Emanuel, entre outros. Após o encontro, conversou por videoconferência com
o comandante das tropas americanas e da Otan, a aliança militar ocidental, no Afeganistão,
general Stanley McChrystal.
Desde ontem, Obama iniciou
um processo de consultas com
outros presidentes, em que estavam previstas conversas com
o presidente da França, Nicolas
Sarkozy, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, e com o
premiê do Reino Unido, Gordon Brown. Hoje, antes de
anunciar à população o aumento de tropas, o presidente se
reunirá com congressistas.
A expectativa é a de que Obama anuncie hoje o envio de cerca de 30 mil soldados ao país e
dê algum sinal sobre a perspectiva de retirada. A guerra já se
estende há oito anos e apenas
47% dos americanos aprovam o
envio de mais tropas, de acordo
com recentes pesquisas.
O sucesso ou fracasso da estratégia no Afeganistão terá um
papel crítico na avaliação de
Obama. Ao contrário da Guerra
do Iraque, identificada com o
antecessor George W. Bush, a
do Afeganistão foi chamada por
Obama de uma "guerra necessária" e ele afirmou que iria
"terminar o trabalho", chamando para si a responsabilidade sobre o conflito.
Obama levou mais de dois
meses para concluir a revisão
da estratégia americana desde
o pedido oficial de McChrystal.
Caso os prognósticos se confirmem, o aumento do número de
soldados ainda estará aquém
do pedido feito pelo general,
que solicitou 40 mil soldados
-ele afirmou que a missão fracassará sem o envio adicional.
McChrystal deve depor sobre a
nova estratégia no dia 8 de dezembro em comissões no Senado e na Câmara dos Representantes (deputados).
Outra medida adotada em relação à guerra foi a oferta ao Paquistão de uma parceria estratégica mais ampla, com envio
adicional de militares e cooperação econômica, apesar do
alerta de que o uso de grupos
insurgentes para perseguir objetivos políticos não poderá
continuar. A parceria com o Paquistão é vista como essencial
para o sucesso no Afeganistão.
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