São Paulo, terça-feira, 01 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após ordenar reforços, Obama defende em público guerra afegã

Decisão de enviar mais tropas foi tomada anteontem em reunião com conselheiros na Casa Branca; EUA ainda ofereceram ao Paquistão parceria mais ampla

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

Do Salão Oval da Casa Branca, o presidente dos EUA, Barack Obama, lançou a ordem de elevar o número de soldados na Guerra do Afeganistão anteontem. A decisão foi tomada em um encontro do presidente com alguns dos principais membros de seu governo, entre militares e diplomatas, e será anunciada oficialmente hoje.
Obama se reuniu com o secretário da Defesa, Robert Gates, com a secretária de Estado, Hillary Clinton, com o chefe de gabinete (equivalente no Brasil ao ministro chefe da Casa Civil), Rahm Emanuel, entre outros. Após o encontro, conversou por videoconferência com o comandante das tropas americanas e da Otan, a aliança militar ocidental, no Afeganistão, general Stanley McChrystal.
Desde ontem, Obama iniciou um processo de consultas com outros presidentes, em que estavam previstas conversas com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, e com o premiê do Reino Unido, Gordon Brown. Hoje, antes de anunciar à população o aumento de tropas, o presidente se reunirá com congressistas.
A expectativa é a de que Obama anuncie hoje o envio de cerca de 30 mil soldados ao país e dê algum sinal sobre a perspectiva de retirada. A guerra já se estende há oito anos e apenas 47% dos americanos aprovam o envio de mais tropas, de acordo com recentes pesquisas.
O sucesso ou fracasso da estratégia no Afeganistão terá um papel crítico na avaliação de Obama. Ao contrário da Guerra do Iraque, identificada com o antecessor George W. Bush, a do Afeganistão foi chamada por Obama de uma "guerra necessária" e ele afirmou que iria "terminar o trabalho", chamando para si a responsabilidade sobre o conflito.
Obama levou mais de dois meses para concluir a revisão da estratégia americana desde o pedido oficial de McChrystal. Caso os prognósticos se confirmem, o aumento do número de soldados ainda estará aquém do pedido feito pelo general, que solicitou 40 mil soldados -ele afirmou que a missão fracassará sem o envio adicional. McChrystal deve depor sobre a nova estratégia no dia 8 de dezembro em comissões no Senado e na Câmara dos Representantes (deputados).
Outra medida adotada em relação à guerra foi a oferta ao Paquistão de uma parceria estratégica mais ampla, com envio adicional de militares e cooperação econômica, apesar do alerta de que o uso de grupos insurgentes para perseguir objetivos políticos não poderá continuar. A parceria com o Paquistão é vista como essencial para o sucesso no Afeganistão.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Reino Unido: Gordon Brown confirma 500 novos soldados em missão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.