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Veteranos de guerra soviética veem repetição de erros
DO "FINANCIAL TIMES"
Foi em 1985 que o general
Igor Rodionov desembarcou
em Cabul para comandar os
120 mil soldados do Exército
soviético no Afeganistão.
Rodionov é parte de uma irmandade de generais estrangeiros enviados ao país a fim de
conquistá-lo. Essa lista, que começou com Alexandre Magno,
se distingue por uma característica conspícua: todos fracassaram. Os soviéticos deixaram
o país em 1989, após sangrenta
campanha de dez anos contra
os insurgentes.
Rodionov descobriu ao chegar que não havia frente de batalha. As balas podiam vir de
qualquer lugar.
"Bombardeávamos uma aldeia porque havia um ou dois
rebeldes abrigados lá. Mulheres e crianças morriam, e isso
criou a insurgência", relata.
Quase 15 mil soldados soviéticos e centenas de milhares de
afegãos morreram nos mesmos
lugares que EUA e aliados hoje
lutam para controlar: a fronteira com o Paquistão e as províncias de Candahar e Helmand.
"A guerra se movia em círculos. Avançávamos, e os rebeldes
partiam. Recuávamos, e eles retornavam", conta Rodionov.
Outros ex-comandantes soviéticos consideram fúteis os
esforços americanos. "Mais
soldados só significará mais
mortes", diz Gennady Zaitsev.
Para Rodionov, uma vitória
militar é impossível. "A única
forma de vencer é política. E o
[presidente] Karzai não é popular junto ao seu povo", diz.
Pyotr Suslov, ex-agente especial, diz que o maior erro é não
dar a devida atenção ao equilíbrio entre tribos afegãs.
Rodionov conclui: "A ideia
que existia no momento da retirada era a de que deveríamos
ter saído mais cedo".
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