São Paulo, quarta-feira, 02 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Observadores se desmobilizam, mas se comprometem a voltar

DE CARACAS

A suspensão da entrega dos reféns pelas Farc provocou a desmobilização do grupo de observadores internacionais convidados por Chávez, entre os quais estava o assessor internacional do Planalto, Marco Aurélio Garcia, e o ex-presidente argentino Néstor Kirchner. Todos se comprometeram a voltar à cidade colombiana de Villavicencio, sob a condição de que haja garantias de concretização do resgate.
A desmobilização foi anunciada anteontem à noite por Kirchner, em Villavicencio. "Quando todas as condições de entrega estiverem dadas, a comissão internacional de delegados imediatamente continuará com a sua missão", disse o ex-mandatário. Além do Brasil e da Argentina, fizeram parte do grupo França, Cuba, Bolívia, Suíça e Equador.
A decisão de desfazer temporariamente a missão de observadores foi apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O governo brasileiro (...) acolhe com satisfação a decisão da comissão de reassumir sua missão assim que estejam dadas as condições necessárias para a entrega dos reféns", diz comunicado do Itamaraty, que também "lamenta" que a entrega dos reféns não tenha se concretizado e "reitera" o apoio aos esforços de Chávez.
"Começamos a ter a percepção de que essa demora poderia se prolongar indefinidamente", disse Garcia a jornalistas ontem de manhã, em Caracas, onde trocou de avião para voltar ao Brasil. "A nossa presença começava a ser não só ociosa mas também negativa para a comissão, ela ficaria desmoralizada se ficasse indefinidamente lá."

Casa de campo
Garcia e os demais observadores haviam viajado no sábado a Villavicencio, onde foi montado o centro de operações para o resgate. Ao todo, o grupo permaneceu três dias na cidade, participando de várias reuniões, inclusive com o presidente colombiano Álvaro Uribe. A falta de infra-estrutura fez com que o assessor de Lula fosse hospedado na residência rural do governador do departamento de Meta.
O assessor de Lula disse que, numa reunião com o alto comissário para a Paz colombiano, Luis Carlos Restrepo, Kirchner e ele foram advertidos do risco de participarem de um encontro com as Farc. "Ele temia que nós dois poderíamos ser convidados a passar uma temporada na selva. Aí, vocês [jornalistas] iriam trabalhar", disse, bem humorado. (FM)


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Chávez anistia os golpistas de 2002
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.