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Observadores se desmobilizam, mas se comprometem a voltar
DE CARACAS
A suspensão da entrega dos
reféns pelas Farc provocou a
desmobilização do grupo de observadores internacionais convidados por Chávez, entre os
quais estava o assessor internacional do Planalto, Marco Aurélio Garcia, e o ex-presidente
argentino Néstor Kirchner. Todos se comprometeram a voltar
à cidade colombiana de Villavicencio, sob a condição de que
haja garantias de concretização
do resgate.
A desmobilização foi anunciada anteontem à noite por
Kirchner, em Villavicencio.
"Quando todas as condições de
entrega estiverem dadas, a comissão internacional de delegados imediatamente continuará com a sua missão", disse
o ex-mandatário. Além do Brasil e da Argentina, fizeram parte do grupo França, Cuba, Bolívia, Suíça e Equador.
A decisão de desfazer temporariamente a missão de observadores foi apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O governo brasileiro (...) acolhe com satisfação a decisão da
comissão de reassumir sua
missão assim que estejam dadas as condições necessárias
para a entrega dos reféns", diz
comunicado do Itamaraty, que
também "lamenta" que a entrega dos reféns não tenha se concretizado e "reitera" o apoio aos
esforços de Chávez.
"Começamos a ter a percepção de que essa demora poderia
se prolongar indefinidamente",
disse Garcia a jornalistas ontem de manhã, em Caracas, onde trocou de avião para voltar
ao Brasil. "A nossa presença começava a ser não só ociosa mas
também negativa para a comissão, ela ficaria desmoralizada
se ficasse indefinidamente lá."
Casa de campo
Garcia e os demais observadores haviam viajado no sábado a Villavicencio, onde foi
montado o centro de operações
para o resgate. Ao todo, o grupo
permaneceu três dias na cidade, participando de várias reuniões, inclusive com o presidente colombiano Álvaro Uribe. A falta de infra-estrutura
fez com que o assessor de Lula
fosse hospedado na residência
rural do governador do departamento de Meta.
O assessor de Lula disse que,
numa reunião com o alto comissário para a Paz colombiano, Luis Carlos Restrepo,
Kirchner e ele foram advertidos do risco de participarem de
um encontro com as Farc. "Ele
temia que nós dois poderíamos
ser convidados a passar uma
temporada na selva. Aí, vocês
[jornalistas] iriam trabalhar",
disse, bem humorado.
(FM)
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