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EUA veem elo entre nigeriano e imã no Iêmen
Autor de tentativa de ataque em voo no Natal conversou com o religioso Anwar al Aulaqi, confidente do atirador de Fort Hood
Dado expõe novas falhas de segurança e deve elevar tom das críticas a Obama, que terá uma reunião na terça para rever contraterrorismo
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Sob pressão por falhas na segurança, autoridades americanas investigam o relacionamento entre o nigeriano que
tentou explodir um voo americano no Natal e um imã radical
que vive no Iêmen -o mesmo
associado ao perpetrador do
ataque à base militar americana de Fort Hood, que matou 13
pessoas em 5 de novembro.
Segundo investigadores, o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, 23, teve contato com
o imã Anwar al Aulaqi, cujos
passos são acompanhados pela
inteligência dos EUA há anos.
O relacionamento entre os
dois pode ser mais um sinal do
que o presidente Barack Obama classificou como "falhas sistêmicas" na segurança. Apesar
de o país ter investido bilhões
de dólares no sistema de segurança após o 11 de Setembro, as
informações coletadas entre as
agências não foram compartilhadas de modo a evitar que o
nigeriano embarcasse com material explosivo em um voo de
Amsterdã para Detroit. Até o
momento, não se sabe se o religioso influenciou o plano.
O nome de Al Aulaqi apareceu recentemente no noticiário
como confidente do major Nidal Malik Hasan, psiquiatra do
Exército dos EUA que atacou
Fort Hood. O imã admitiu ter
trocado e-mails com o atirador,
mas negou papel no ataque.
O religioso chegou a ser dado
como morto após um ataque de
forças iemenitas, com apoio
dos EUA, contra a Al Qaeda no
país, mas familiares negaram.
O ressurgimento do nome de
Al Aulaqi levantou discussões
sobre o papel desempenhado
por religiosos extremistas carismáticos que usam a internet
para atrair fiéis. A preocupação
é que eles usem a rede para recrutar pessoal para organizações como a Al Qaeda.
Abdulmutallab também teve
contato com outro radical muçulmano, o pregador Abdullah
el Faisal, nascido na Jamaica.
Faisal foi deportado do Reino
Unido em 2007, condenado a
quatro anos de prisão por incitar assassinatos e ódio racial e
acusado de influenciar um dos
autores de um ataque terrorista
em Londres em 2005.
Revisão de segurança
Diante da avalanche de críticas da oposição de que seu governo não se empenhou no
combate ao terrorismo, a Casa
Branca informou que Obama
continuaria recebendo neste final de semana relatórios sobre
falhas de segurança, que serão
analisados até segunda.
O presidente, que está em férias no Havaí, marcou para terça-feira em Washington uma
reunião com os diretores das
agências de segurança. Ele já
conversou com o conselheiro
de Segurança Doméstica e
Contraterrorismo, John Brennan. Um dos pontos que devem
mudar é a inclusão dos nomes
de suspeitos de terrorismo nas
listas dos que não podem voar
para os EUA.
Funcionários do Departamento de Segurança Doméstica se reunirão com representantes dos principais aeroportos internacionais da África,
Ásia, Europa, Oriente Médio e
América do Sul para revisar
procedimentos de segurança
para voos rumo aos EUA.
O Senado vai discutir a tentativa de ataque em audiências a
partir de 21 de janeiro.
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