São Paulo, quinta-feira, 02 de fevereiro de 2006

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RELIGIÃO

"France Soir" reproduz charge com profeta Muhammad que ofendeu muçulmanos; "Die Welt" defende "direito à blasfêmia"

Jornal francês amplia crise com islâmicos

DA REDAÇÃO

O jornal francês "France Soir" publicou ontem uma charge sobre o profeta Muhammad, fundador do islamismo, que já havia causado uma série de problemas diplomáticos ao ser publicada pelo periódico dinamarquês "Jyllands-Posten".
Já quando publicada na Dinamarca, a charge, considerada ofensiva pelos muçulmanos -a religião proíbe imagens do profeta, a fim de impedir a idolatria-, provocou um boicote aos produtos dinamarqueses, protestos na faixa de Gaza e diante da embaixada dinamarquesa em Ancara, na Turquia, reclamações de ministros de países árabes, e a retirada, pela da Arábia Saudita, de seu embaixador em Copenhague.
Além disso, a Dinamarca chamou ontem seu embaixador na Síria de volta, após o prédio de sua representação diplomática em Damasco haver recebido uma ameaça de bomba.
Apesar dos protestos, o "France Soir" publicou a charge de Muhammad numa página encabeçada pela frase: "Sim, nós temos o direito de caricaturar Deus".
O jornal francês dedicou duas páginas à charge do periódico dinamarquês. Em uma delas estava texto do editor, Serge Faubert, afirmando que "chega das lições desses fanáticos! Não há nada nessas charges com conteúdo racista ou que denigram alguma comunidade".
O jornal alemão "Die Welt" também publicou parte da charge -composta de 12 quadros-, afirmando que o "direito à blasfêmia" é fundamentado nas liberdades democráticas.
Na Dinamarca, o editor do "Jyllands-Posten" afirmou que "as ditaduras negras venceram", em referência à onda de protestos contra as charges de Muhammad. O jornal chegou a se desculpar por haver ofendido os muçulmanos, mas não pela publicação das figuras.


Com agências internacionais

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