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Estrelas de Hollywood lotam platéia para ouvir os "queridinhos" do entretenimento
DO ENVIADO A HOLLYWOOD
Minutos antes de começar a
exibição ao vivo do debate de
anteontem, o apresentador da
CNN Wolf Blitzer respondia a
perguntas da platéia sobre o
formato do programa. "Vamos
começar, alguém mais quer
perguntar algo?", disse ele.
"Sim, onde está o Anderson
Cooper", gritou um gaiato. Ele
se referia ao apresentador-celebridade da emissora, filho da
socialite Gloria Vanderbilt.
Cooper não estava lá (ele mediou o debate dos republicanos,
na última quarta-feira), mas
seus pares sim. Hollywood
compareceu em peso ao encontro de dois queridinhos da indústria do entretenimento. Em
peso e dividida.
"Propriedade" dos Clintons
por várias eleições, pela primeira vez em anos a comunidade
artística dos EUA encontra outra opção na corrida presidencial -em Barack Obama.
Assim, sentavam-se lado a lado os diretores Steven Spielberg e Quentin Tarantino (tomando notas), os atores Leonardo DiCaprio (com o pai),
Diane Keaton e Jason "George
Costanza" Alexander, o músico
Stevie Wonder, que gritou excitado quando Blitzer levantou a
possibilidade de uma chapa Hillary-Obama ou vice-versa, e
America Ferrara, a "Ugly
Betty" (Betty, a Feia), a única a
assumir explicitamente a opção e usar um broche com a foto de Hillary Clinton.
Tudo contribuía para reforçar o clima de "melhor ator" e
"melhor atriz". O local era o
mesmo de onde são transmitidas as cerimônias do Oscar, o
Kodak Theatre, ao lado do histórico Chinese Theatre, aquele
em que os artistas gravam as
mãos na calçada, em Hollywood. A fila de limusines lembrava as das noites de premiação. Poucos convidados vestiam roupas de noite, mas alguns mais exagerados (e menos
conhecidos) foram de smoking.
Mesmo no palco, o clima era
uma mistura de "The Oscar
goes to..." com o reality show
musical "American Idol". Obama e Hillary entraram no palco,
depois de anunciados, acenando sob uma chuva de aplauso e
gritinhos -o que não aconteceu na platéia dos republicanos, mais sisuda e mais velha.
Então, sentaram em bancadas
e passaram a ouvir as perguntas. A qualquer momento, parecia que Blitzer ia perguntar não
sobre a Guerra do Iraque, mas
sobre qual grife eles vestiam.
Clima de confronto
Um aspecto importante, porém, fazia a diferença: o público
externo. Se nos dias de prêmio
são fãs organizados que gritam
elogios e imploram por autógrafos, o de ontem era de confronto entre jovens apoiadores
dos dois candidatos e críticos
que carregavam faixas e gritavam palavras de ordem contra
os dois democratas.
"Democrats lie, people die!"
(quando os democratas mentem, as pessoas morrem, em
tradução livre) era uma delas.
No final, na sala de encontro
dos jornalistas com os políticos, no melhor estilo "Pânico
na TV" e "Borat", um imitador
de Wolf Blitzer entrevistava os
que se dispusessem a falar com
ele. Vários caíram. Outros perceberam e entraram no clima,
elogiando sua barba grisalha e
seu terno claro.
Anteontem, isso era Hollywood.
(SD)
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