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Criticado por entidades judaicas, Chávez culpa oposição por ataque a sinagoga
DE CARACAS
Sob uma chuva de críticas de
entidades judaicas e do governo israelense, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, condenou a depredação de uma sinagoga em Caracas e acusou a
oposição de estar por trás do
ataque ocorrido anteontem.
"São eles mesmo, assim digo
ao país! E faremos de tudo que
esteja na Constituição e na lei
para demonstrar as causas verdadeiras desses fatos", disse
Chávez, durante um ato oficial.
"A oligarquia é violenta, ela é
quem mata, quem conspira."
A Chancelaria israelense,
que expulsou os diplomatas venezuelanos do seu território e
de Ramallah, na Cisjordânia
(território palestino ocupado),
na semana passada, disse, em
nota, que "esse tipo de violência apenas pode ocorrer na Venezuela com o beneplácito das
autoridades do nível mais alto
do Estado".
Na Venezuela, lideranças da
comunidade judaica, estimada
em cerca de 17 mil, acusaram o
"discurso violento" de Chávez
de ter incentivado o ataque.
Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou o ataque e afirmou que
existe "uma escalada em atos
de violência e de intimidação
contra a comunidade judaica
da Venezuela".
Os dois vigilantes que estavam na sinagoga durante o ataque afirmaram que foram rendidos por cerca de 15 homens
armados, que ficaram no prédio por quatro horas. Imagens
mostram artefatos religiosos
destruídos e pichações nas paredes com dizeres como "morte
já" e "fora, judeus".
Recentemente, a Venezuela
rompeu as relações diplomáticas com Israel por causa da invasão da faixa de Gaza, que deixou mais de 1.300 mortos, na
maioria civis. Anteontem, enquanto ocorria o ataque à sinagoga, a Chancelaria venezuela
realizava uma cerimônia para
receber seus diplomatas expulsos por Israel.
O ataque contra a sinagoga é
o último de uma série de atentados ocorridos neste mês atribuídos a grupos paramilitares
chavistas contra alvos identificados como de oposição. No dia
19 de janeiro, a representação
do Vaticano (Nunciatura Apostólica) em Caracas foi alvo de
cinco bombas de gás lacrimogêneo, supostamente por ter dado asilo a um dirigente estudantil oposicionista.
(FM)
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