São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2009

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Criticado por entidades judaicas, Chávez culpa oposição por ataque a sinagoga

DE CARACAS

Sob uma chuva de críticas de entidades judaicas e do governo israelense, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, condenou a depredação de uma sinagoga em Caracas e acusou a oposição de estar por trás do ataque ocorrido anteontem.
"São eles mesmo, assim digo ao país! E faremos de tudo que esteja na Constituição e na lei para demonstrar as causas verdadeiras desses fatos", disse Chávez, durante um ato oficial. "A oligarquia é violenta, ela é quem mata, quem conspira."
A Chancelaria israelense, que expulsou os diplomatas venezuelanos do seu território e de Ramallah, na Cisjordânia (território palestino ocupado), na semana passada, disse, em nota, que "esse tipo de violência apenas pode ocorrer na Venezuela com o beneplácito das autoridades do nível mais alto do Estado".
Na Venezuela, lideranças da comunidade judaica, estimada em cerca de 17 mil, acusaram o "discurso violento" de Chávez de ter incentivado o ataque.
Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou o ataque e afirmou que existe "uma escalada em atos de violência e de intimidação contra a comunidade judaica da Venezuela".
Os dois vigilantes que estavam na sinagoga durante o ataque afirmaram que foram rendidos por cerca de 15 homens armados, que ficaram no prédio por quatro horas. Imagens mostram artefatos religiosos destruídos e pichações nas paredes com dizeres como "morte já" e "fora, judeus".
Recentemente, a Venezuela rompeu as relações diplomáticas com Israel por causa da invasão da faixa de Gaza, que deixou mais de 1.300 mortos, na maioria civis. Anteontem, enquanto ocorria o ataque à sinagoga, a Chancelaria venezuela realizava uma cerimônia para receber seus diplomatas expulsos por Israel.
O ataque contra a sinagoga é o último de uma série de atentados ocorridos neste mês atribuídos a grupos paramilitares chavistas contra alvos identificados como de oposição. No dia 19 de janeiro, a representação do Vaticano (Nunciatura Apostólica) em Caracas foi alvo de cinco bombas de gás lacrimogêneo, supostamente por ter dado asilo a um dirigente estudantil oposicionista. (FM)



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