|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Israel diz ter punido 2 por ataque contra ONU
Em resposta a relatório, governo israelense revela sanção contra general e coronel por uso de fósforo branco
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Dois altos oficiais israelenses
foram repreendidos pelo comando do Exército por aprovar
o uso de bombas incendiárias
contra uma área densamente
habitada durante a sua ofensiva
militar na faixa de Gaza, no início do ano passado.
A informação, até agora desconhecida, consta da longa e
detalhada resposta do governo
israelense ao relatório Goldstone, no qual a comissão da ONU
que investigou a operação militar acusa Israel de crimes de
guerra, entre eles o uso de munição proibida.
A reprimenda recebida pelos
dois oficiais representa a primeira admissão por parte de Israel de que o uso irregular de
artilharia colocou civis em risco durante os ataques na faixa
de Gaza. Até agora a posição israelense vinha sendo a de negar
com veemência as alegações do
relatório Goldstone, o qual acusa de má-fé.
O episódio em questão, um
dos mais polêmicos da ofensiva
a Gaza, ocorreu em 15 de janeiro de 2009, quando a artilharia
israelense atingiu instalações
da UNRWA, agência de assistência da ONU, com bombas de
fósforo branco. Três pessoas ficaram feridas e suprimentos
foram inutilizados.
A munição é autorizada pelas
convenções internacionais
apenas para produzir fumaça,
mas não para lançamento em
áreas habitadas. Israel alega
que combatentes do Hamas
abriram fogo perto das instalações da ONU, deflagrando a
resposta que acabou atingindo
o prédio da ONU e os civis.
"As regras de combate proíbem o uso desse tipo de artilharia perto de áreas habitadas",
diz a resposta israelense. "Com
base nessas descobertas, o chefe do Comando Sul repreendeu
um general de brigada e um coronel por excessos em sua autoridade de uma forma que ameaçou as vidas de outros."
Os nomes dos oficiais não são
mencionados no documento,
mas segundo o jornal "Haaretz" eles são o coronel Ilan
Malka e o general Eyal Eisenberg, este último o comandante
das forças israelenses em Gaza
durante a operação.
Exército nega
A revelação causou surpresa
e irritação no Exército israelense, além de novos desmentidos. O comando militar negou
que os dois oficiais tenham sido
punidos ou mesmo repreendidos, como consta da resposta
oficial de Israel.
Texto Anterior: Analistas divergem sobre ênfase da política externa de Obama Próximo Texto: Guerra sem fim: Atentado no Iraque deixa 54 peregrinos xiitas mortos Índice
|