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ORIENTE MÉDIO
Data marcaria criação, ainda incerta, do Estado palestino
Arafat diz que o dia 4 de maio será "sagrado" para palestinos
CLÓVIS ROSSI
enviado especial a Davos
O presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, classificou
ontem de "sagrada" a data de 4 de
maio, em que, supostamente, será
declarado o Estado palestino.
É o dia em que vencem os cinco
anos estabelecidos nos acordos de
paz de Oslo (Noruega) para o chamado período interino em que Israel e os palestinos deveriam negociar uma paz definitiva.
O prazo vai vencer sem que nem
sequer uma paz provisória possa
ser dada como consolidada.
Arafat diz que o caráter "sagrado" da data não vale apenas para
os palestinos e Israel, mas é internacional. Seu argumento: os acordos de paz foram assinados ou supervisionados também pelos EUA,
a Rússia e a União Européia.
As afirmações de Arafat foram
feitas em entrevista coletiva em intervalo do encontro anual do Fórum Econômico Mundial, em que
o líder palestino mostrava o lábio
inferior tremendo o tempo todo.
Talvez por isso, deu margem a
duas perguntas sobre sua eventual
renúncia e a uma sobre seu estado
de saúde.
Sobre a renúncia, o líder palestino respondeu: "Só tenho uma opção: continuar ou morrer". Sobre a
saúde, agradeceu a preocupação,
mas disse que trabalhava 16 horas
por dia e pretendia continuar assim.
O caráter "sagrado" da data, de
todo modo, não parece combinar
com o fato de Arafat dizer que está
discutindo o assunto com a sociedade palestina, "os irmãos árabes", a ONU e a União Européia,
entre outros.
Por isso, "não posso dar a data
para a data (do anúncio do Estado
palestino)", se contradisse.
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