São Paulo, terça, 2 de fevereiro de 1999

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ORIENTE MÉDIO
Data marcaria criação, ainda incerta, do Estado palestino
Arafat diz que o dia 4 de maio será "sagrado" para palestinos

CLÓVIS ROSSI
enviado especial a Davos

O presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, classificou ontem de "sagrada" a data de 4 de maio, em que, supostamente, será declarado o Estado palestino.
É o dia em que vencem os cinco anos estabelecidos nos acordos de paz de Oslo (Noruega) para o chamado período interino em que Israel e os palestinos deveriam negociar uma paz definitiva.
O prazo vai vencer sem que nem sequer uma paz provisória possa ser dada como consolidada.
Arafat diz que o caráter "sagrado" da data não vale apenas para os palestinos e Israel, mas é internacional. Seu argumento: os acordos de paz foram assinados ou supervisionados também pelos EUA, a Rússia e a União Européia.
As afirmações de Arafat foram feitas em entrevista coletiva em intervalo do encontro anual do Fórum Econômico Mundial, em que o líder palestino mostrava o lábio inferior tremendo o tempo todo.
Talvez por isso, deu margem a duas perguntas sobre sua eventual renúncia e a uma sobre seu estado de saúde.
Sobre a renúncia, o líder palestino respondeu: "Só tenho uma opção: continuar ou morrer". Sobre a saúde, agradeceu a preocupação, mas disse que trabalhava 16 horas por dia e pretendia continuar assim.
O caráter "sagrado" da data, de todo modo, não parece combinar com o fato de Arafat dizer que está discutindo o assunto com a sociedade palestina, "os irmãos árabes", a ONU e a União Européia, entre outros.
Por isso, "não posso dar a data para a data (do anúncio do Estado palestino)", se contradisse.



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