São Paulo, domingo, 02 de março de 2008

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Novo ataque de Israel mata 61 palestinos

Presidente da ANP diz que ofensiva contra Gaza "é pior que Holocausto"; 2 soldados israelenses foram mortos em combates

Mahmoud Abbas suspende diálogo com israelenses e pede reunião da ONU; Israel decide hoje ofensiva ampla contra foguetes do Hamas

DA REDAÇÃO

O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, qualificou de "mais grave que o Holocausto" a ofensiva militar israelense na faixa de Gaza, que, ontem, causou a morte de pelo menos 61 pessoas, incluindo pelo menos 29 civis, dos quais cinco crianças, de acordo com o jornal israelense Haaretz. Os feridos passam de cem.
Respondia, assim, ao vice-ministro israelense da Defesa, Matan Vilnai. Na sexta-feira, ele disse que mísseis lançados de Gaza contra Israel vão forçar uma "shoah", uma grande catástrofe, um Holocausto.
Abbas suspendeu, ontem à noite, a participação da ANP nas negociações com o governo israelense para o "acordo final" entre os dois lados prometido na Cúpula de Annapolis, nos EUA, há quatro meses. O diálogo já não avançava por causa da situação em Gaza e da resistência de Israel a desocupar suas colônias na Cisjordânia.
Ontem, o vice-ministro Vilnai afirmou que, se não cessam os ataques de foguetes vindos de Gaza -território controlado pelo grupo extremista Hamas desde junho de 2007-, aumentam as opções de uma ação ainda mais ampla. Hoje, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, analisa lançar uma operação terrestre em grande escala.
O Exército de Israel, desde quarta-feira, ataca a faixa de Gaza. Desde então, os mortos somam pelo menos 92. Na madrugada ontem, os militares lançaram uma ofensiva terrestre "limitada" no norte de Gaza.
Dos 61 mortos ontem, 30 eram eram milicianos de diversas organizações armadas, disse o chefe dos serviços de urgência do Ministério da Saúde de Gaza, Moawiya Hasanín. Dois soldados israelenses foram mortos no norte da faixa de Gaza, informou o Exército.

Reações
O presidente da ANP, rival do Hamas, pediu, em um comunicado, que os grupos armados não disparem mais mísseis contra Israel: essas ações "não ajudam a pôr fim no sofrimento de nosso povo", disse.
"É do mais alto interesse do povo palestino não dar a Israel nenhum pretexto para continuar suas agressões", disse Abbas, que pediu ao Conselho de Segurança da ONU que comvoque uma reunião urgente.
"As ações de Israel em Gaza são o real Holocausto", disse Khaled Mashaal, líder do Hamas exilado na Síria.
Para o principal negociador palestino com Israel, Ahmed Qurea, o que ocorreu na faixa de Gaza foram "massacres", cujo "objetivo é fazer desandar o processo de paz".


Com agências internacionais


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