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Gates defende plano de saída do Iraque
Secretário da Defesa alega que tropa de transição de 50 mil, número criticado por democratas, é garantia de segurança
Indagado se saída definitiva representará a vitória dos EUA no confronto, Gates disse que julgamento vai competir aos historiadores
DA REDAÇÃO
Único remanescente do primeiro escalão de George W.
Bush no governo Obama e primeiro secretário da Defesa a
manter o posto com mudança
de partido na Casa Branca na
história dos EUA, Robert Gates, defendeu ontem o plano de
retirada do Iraque proposto pelo novo governo.
Na última sexta-feira, quando Obama anunciou o cronograma de saída das tropas do
Iraque, ele foi alvo de críticas
de seu colegas no Partido Democrata, pelo fato de prever
entre 35 mil e 50 mil militares
no país após 31 de agosto de
2010. O prazo final para a saída
completa do Exército americano do Iraque é o último dia de
2011. O contingente americano
hoje em serviço lá é de 142 mil.
Indagado ontem no programa "Meet the Press", da NBC,
sobre como o governo chegou
ao número de até 50 mil, Gates
explicou que foi após diálogo de
membros da cúpula militar
com o chefe do Estado-Maior
Conjunto, Mike Mullen, comandantes no terreno e Obama. "Ter uma força residual ou
de transição um pouco maior
reduz o risco causado pela retirada mais rápida das tropas de
combate", comentou Gates.
Ele enfatizou que, a partir de
setembro de 2010, a natureza
da empreitada militar no Iraque mudará de missões de
combate para missões de manutenção de paz, tais como
"treinamento, assistência e
aconselhamento com limitado
aspecto de contraterrorismo".
E destacou que o contingente
de transição não será referido
mais como "tropas de combates", mas como "brigadas de
conselho e assistência".
Gates reconheceu que o progresso político do Iraque, após
a instabilidade instaurada depois da invasão americana que
depôs Saddam Hussein em
2003, não foi acompanhado no
mesmo ritmo pela evolução da
segurança. "O aspecto militar é
um trabalho em curso."
Indagado se a saída definitiva
dos americanos do Iraque representará a vitória dos EUA
no confronto, Gates foi evasivo.
Disse que é um julgamento que
competirá aos historiadores.
Já ao ser questionado acerca
das diferenças no trabalho com
os dois presidentes, começou
falando que é temática para um
bom livro, mas depois comparou Bush e Obama.
"Provavelmente Obama é de
alguma forma mais analítico.
Ele se certifica de ouvir todos
na sala sobre uma questão. Se
não há manifestação de todos,
ele insta os silenciosos a falarem. O presidente Bush tinha
interesse em ouvir pontos de
vistas distintos, mas não insistia em dar voz aos que ficassem
quietos."
Irã
Gates acabou em contradição com o chefe do Estado-Maior Conjunto ontem ao tratarem da capacidade de o Irã
produzir uma bomba nuclear.
O secretário da Defesa avaliou que os iranianos "não estão
próximos de ter uma arma neste ponto, e ainda há algum tempo" para esforços diplomáticos.
Já Mullen declarou em outra
entrevista que o Irã já dispõe de
material físsil suficiente para
produzir uma arma nuclear.
"Pensamos, bastante francamente, que eles têm. E, segundo acredito há um bom tempo,
o Irã possuir uma arma nuclear
é um cenário muito ruim para a
região e para o mundo."
Com agências internacionais e
o "New York Times"
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