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EUA reprovam antecipação de eleição afegã
Oposição acusa Karzai de explorar a Constituição e diz que Presidência deve ficar 3 meses com interino
DA REDAÇÃO
A decisão de Hamid Karzai,
de antecipar a eleição que definirá seu sucessor na Presidência afegã gerou reprovação de
opositores e dos EUA e apreensão na comissão eleitoral.
"A votação em agosto, como
havia sido proposto pela comissão eleitoral, é o melhor caminho para garantir que cada cidadão afegão possa expressar
sua preferência política em um
ambiente seguro", expressou a
Embaixada americana em Cabul em nota oficial.
Sem detalhar o que foi dito, o
gabinete de Karzai relatou que
ele recebeu um telefonema da
secretária de Estado americana, Hillary Clinton, após a edição do decreto, anteontem.
O presidente afegão, que enfrenta queda de popularidade e
tem sido alvo de críticas dos
americanos, determinou que a
comissão eleitoral cumpra o
prazo constitucional, marcando o pleito entre 30 e 60 dias
antes do fim do mandato vigente, que termina em 21 de maio.
Segundo seu porta-voz, o decreto foi emitido após várias
consultas à Suprema Corte.
Alegando motivos de segurança, a comissão resolvera em
janeiro abrir exceção ao prazo e
designou a votação para agosto
-mês em que está previsto o
desembarque do reforço de 17
mil militares que os EUA mandarão ao Afeganistão.
Ontem, Zekria Barakzai, dirigente da comissão, reafirmou a
posição do órgão, ressalvando,
porém que a entidade ainda espera receber oficialmente o decreto para se manifestar.
Os opositores foram menos
comedidos. "É possível que
Karzai tenha tentado pegar
seus oponentes cochilando para apunhalá-los nas costas", declarou o parlamentar Ramazan
Bashardost, um dos pré-candidatos a presidente. Hafiz Mansur, líder de um dos principais
partidos de oposição, acusou
Karzai de explorar a Constituição para "criar caos, desordem
e promover eleições injustas".
Ashraf Ghani Ahmadzai, outro pré-candidato, disse que o
atual mandatário tentou surpreender seus adversários, que
se articulavam para a votação
apenas em agosto. Contudo, a
decisão de antecipar o pleito
para abril tem também um viés
legal, para evitar três meses de
vacância na Presidência entre o
fim do atual mandato e as eleições de agosto.
Alguns parlamentares já afirmaram que não reconhecerão
Karzai no cargo a partir de 22
de maio e pedem que o posto
tenha um ocupante interino.
Mas o presidente pode declarar
estado de emergência e prolongar seu mandato ou convocar o
Loya Jirga (assembleia extraordinária de líderes afegãos)
para negociar a solução. As
duas alternativas demandam
apoio parlamentar e negociação com a oposição.
Com agências internacionais
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