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Governista critica Brasil "unilateral"
DE BUENOS AIRES
Com 1,80m, a ex-jogadora de basquete e ex-ministra da Educação do Paraguai Blanca Ovelar, 50,
impressiona. Mas, segundo as pesquisas, ocupa o
terceiro lugar nas intenções de voto para as eleições presidenciais paraguaias do próximo dia 20.
Em visita a Buenos Aires, a primeira candidata
mulher à Presidência do
Paraguai contou à Folha
que, se for eleita, pretende
formar "imediatamente"
uma comissão técnica para avaliar o Tratado de
Itaipu. A empresa é binacional, mas os paraguaios
vendem a maior parte da
energia a que têm direito
ao Brasil. O candidato Lugo quer rever o preço pago
pelo vizinho.
"Cada um apresenta
uma versão. Como não
sou técnica, quero especialistas que me digam a
verdade", afirma Blanca.
"Com esse estudo, podemos fazer uma revisão do
acordo." Para isso, diz que
conta com a boa vontade
do presidente Lula para
tratar "dessa histórica
unilateralidade do Brasil".
Blanca Ovelar pretende
tratar a corrupção com
medidas institucionais.
"Mas acredito que a percepção da corrupção é
maior do que ela realmente é", diz a candidata, afirmando que o governo do
atual presidente, Nicanor
Duarte, de quem foi ministra, implantou políticas
para resolver o problema
e, ainda assim, é visto como mais corrupto do que
outros mandatários.
Tanto Ovelar quanto
Duarte são do Partido Colorado, que tem o controle
do país há 61 anos. "É um
partido tradicional, mas
que tem mostrado grande
capacidade de renovação."
O encontro com a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, ontem, era sobre assuntos bilaterais, mas
também porque Cristina é
a segunda presidente mulher da América do Sul. "E
logo posso ser a terceira",
diz Ovelar. Mas, na hora
de citar a líder com quem
mais se identifica, não
aparecem Cristina ou Michelle Bachelet, mas a presidente da Libéria, Ellen
Johnson-Sirleaf. "Estive
em sua posse. Sua história
é admirável."
(A.K.)
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