São Paulo, sábado, 02 de abril de 2011

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FOCO

Zoo de Benghazi vive dias de penúria em meio ao conflito

DO ENVIADO A BENGHAZI

A diretoria desertou. Animais estão sumindo. Falta dinheiro nos cofres e os bichos só têm comida graças a doações de famílias ricas.
Esses são alguns dos problemas que atingem o Zoológico de Benghazi, fechado desde 17 de fevereiro, quando a cidade foi palco do levante antigoverno que se espalhou pelo resto da Líbia.
O parque era um dos principais pontos de diversão do leste do país, atraindo diariamente visitantes de Ajdabiyah, Darna e Bayda, além dos de Benghazi, segunda maior aglomeração líbia.
Às sextas, dia santo muçulmano, o zoológico recebia uma média de 2.000 visitantes, segundo o supervisor Faraj Abderaouf, 37, que abriu as portas do local à Folha.
Abderaouf gerencia o local desde que o diretor, ligado a Muammar Gaddafi, fugiu, logo no início do levante.
O supervisor atribui ao chefe o sumiço de antílopes, pássaros e até gaiolas ocorrido nos últimos dias. Uma picape de serviço também foi levada do estacionamento.
"Não sei o que farão com os bichos roubados", diz Abderaouf, cujo animal preferido é a elefanta Aïcha. Ele teme que as tropas de Gaddafi exterminem os animais caso cheguem de novo à cidade.
Apesar das dificuldades, Aïcha, o urso, os crocodilos e os muflons (espécie de ovelha selvagem) aparentam estar em bom estado. As jaulas são limpas, mas os gramados precisam ser aparados. Os vetustos brinquedos do parque estão parados há anos.
O supervisor afirma que membros da antiga diretoria apareceram na semana passada para esvaziar os cofres do parque. Segundo ele, o governo de transição já entrou em contato para ajudar.


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