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São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2003

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DIREITOS HUMANOS

Segundo ditador, críticas ao regime cubano ajudam os EUA

Intelectuais se arrependerão, diz Fidel

DA REDAÇÃO

O ditador cubano, Fidel Castro, acusou ontem o governo dos Estados Unidos de buscar um pretexto para realizar um ataque militar contra Cuba e disse que as recentes críticas de intelectuais de esquerda a seu regime poderiam ajudar o governo americano a atingir esse objetivo.
"Em Miami e em Washington, eles estão discutindo onde, quando e como Cuba será atacada", disse Castro na praça da Revolução, na capital cubana, onde centenas de milhares de pessoas se reuniram para comemorar o Dia do Trabalho.
O líder cubano, no poder desde 1959, acusou o governo americano de hipocrisia em relação aos sequestros de aviões e barcos realizados nas últimas semanas por cubanos interessados em fugir para os EUA.
Segundo Fidel, os EUA encorajariam os sequestros para, depois, responsabilizar Cuba.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado Philip Reeker disse que os EUA procuraram diplomatas cubanos para "expressar preocupação com recente onda de sequestros".
"Essas ações são inaceitáveis no contexto da extrema preocupação com a segurança interna dos EUA. Pedimos ao governo cubano que imediatamente corrija as falhas de segurança", disse.
Fidel reagiu: "Os EUA agem como se não provocassem ou encorajassem esses sequestros, como se não fôssemos nós que estivéssemos tomando medidas drásticas para impedi-los".
Em 11 de abril último, três cubanos foram executados em Cuba pelo sequestro de uma lancha de passageiros em Havana. Apesar das críticas internacionais, Fidel disse que as execuções eram necessárias para desestimular sequestros de barcos e aviões.
Cuba também foi criticada pela condenação de 75 dissidentes a penas de até 28 anos sob a acusação de colaboração com diplomatas americanos para desestabilizar o regime cubano.
Intelectuais de esquerda que costumavam apoiar o regime comunista de Fidel Castro, como o português José Saramago e o mexicano Carlos Fuentes, também criticaram a repressão em Cuba.
Para Fidel, eles "sofrerão um arrependimento infinito" se Cuba for atacada, pois "perceberão que suas declarações foram manipuladas pelos agressores para justificar um ataque militar a Cuba."


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