São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Após aprovação do novo governo, na quinta, rebeldes intensificam ações; atentado mata 25 em funeral curdo

Onda de ataques já faz 116 mortos no Iraque

Karim Sahib/France Presse
Iraquiano observa o que restou de veículo militar dos EUA atingido por carro-bomba, em Bagdá


DA REDAÇÃO

Subiu para 116 o número de mortos no Iraque desde que o novo governo do país foi aprovado pela Assembléia Nacional, na quinta-feira. No mais mortífero ataque dessa nova ofensiva, um carro-bomba alvejou ontem um funeral curdo, no norte do país, matando 25 pessoas e ferindo mais de 50. Em outros ataques no domingo, mais 11 morreram.
A ação contra o funeral ocorreu na cidade de Tal Afar, que fica no norte do Iraque, a 150 km da fronteira com a Síria. Um carro-bomba atingiu uma grande tenda onde ocorria o funeral de Sayed Talib Sayed Wahab, um líder do Partido Democrático Curdo assassinado por insurgentes no sábado, na vizinha Mossul. Segundo militares americanos, ao menos 25 pessoas morreram no atentado.
Ontem, além da explosão em Tal Afar, outros ataques no Iraque deixaram 11 mortos. De acordo com a Associated Press, pelo menos 116 pessoas, incluindo 11 militares americanos, foram mortas em quatro dias, desde que o primeiro governo iraquiano democraticamente eleito foi aprovado pelo Parlamento. A posse do gabinete está marcada para amanhã.
A capital, Bagdá, foi alvo de seis atentados a bomba no domingo, de acordo com militares dos EUA. Um deles, no bairro de Zafaraniyah, matou quatro civis iraquianos e feriu outros 12, diz a polícia. Em outro dos ataques na capital, uma criança morreu num atentado que alvejou uma patrulha americana. No centro da capital, mais um iraquiano morreu na explosão de duas bombas colocadas perto de um parque de diversões.
Ás 6h15, em ação coordenada de insurgentes que usaram metralhadoras e granadas, cinco policiais iraquianos foram mortos num posto de controle perto da ponte Diala (leste da capital).

Rebeldia sunita
Americanos e iraquianos esperavam conter a insurgência sunita -minoria religiosa que detinha o poder no Iraque na ditadura de Saddam Hussein (1979-2003)- incluindo políticos sunitas no gabinete do novo governo iraquiano, dominado pela maioria xiita.
Mas a aprovação do novo governo, na quinta-feira, marcou a abertura de uma nova ofensiva da insurgência iraquiana, que explodiu vários carros-bomba, notadamente concentrados na região da capital -que sedia o governo-, e assassinou políticos.

Com agências internacionais

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