|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA matam chefe terrorista somali
Ataque lançado de navio atinge casa de Aden Hashi Ayro, que, segundo americanos, era ligado à Al Qaeda
Operação atingiu cidade de Dhusamareb, onde Ayro foi rejeitado pelo clã e depois denunciado; ele no passado matou um jornalista da BBC
DO "NEW YORK TIMES"
Aden Hashi Ayro, considerado pelos EUA um dos principais terroristas do Leste Africano, foi morto ontem de madrugada, em ataque com mísseis
lançados de um navio americano no Oceano Índico contra a
cidade somali de Dhusamareb.
De baixa estatura, ex-lavador
de automóveis, Ayro era o comandante militar da Shabab,
milícia islâmica que os EUA
classificam como um grupo terrorista ligado à Al Qaeda. Ele foi
responsável pela profanação de
um cemitério italiano e pela
morte de um jornalista da BBC.
O Pentágono confirmou ter
efetuado um ataque "a um conhecido alvo da Al Qaeda na região central da Somália", na cidade de Dhusamareb, mas não
deu detalhes. Outros informantes militares disseram, porém,
que quatro mísseis Tomahawk
foram lançados de uma embarcação que estava no litoral do
país africano, atingindo a casa
térrea em que estava Ayro.
Informantes locais
A pista do terrorista estava
sendo seguida há semanas, com
a intercepção de telefonemas,
fotos de satélite e informações
fornecidas pela população local. Entidades de direitos humanos acusaram os EUA de terem matado civis ao lançarem
mísseis no interior da Somália.
Testemunhas em Dhusamareb disseram ter sido acordadas
às 3h, hora local, por explosões
que, segundo informantes da
Shabab, também mataram um
dos irmãos de Ayro e chefes do
grupo que o acompanhavam.
Outros informantes dizem que
o total de mortos pode chegar a
30. Um porta-voz da Shabab
confirmou o ataque e o atribuiu
a "mísseis de países infiéis".
Dhusamareb, com 100 mil
habitantes, é sede do clã Ayr, ao
qual o terrorista pertencia. Ele
foi um comandante militar da
União dos Tribunais Islâmicos,
que por um curto período, até
dezembro de 2006, governou o
país. O grupo foi desalojado do
poder por forças terrestres
etíopes, que invadiram o território somali com auxílio e aval
americanos.
Washington disse ter agido
com a concordância do governo
somali. Ayro era acusado de ter
dado abrigo a extremistas, entre eles o responsável pelo
atentado em 1998 contra as
embaixadas americanas no
Quênia e na Tanzânia.
Segundo os serviços de inteligência americanos, Ayro integrava milícias que tentaram se
apoderar da capital, Mogadício,
quando o governo somali entrou em colapso, no início dos
anos 90. Ele se aproximou do líder islâmico Hassan Dahir
Aweys, combateu no Afeganistão em 2001 contra os EUA e,
de volta à Somália, treinou
combatentes e formou especialistas em explosivos.
Há semanas Ayro chegou a
Dhusamareb para transformar
a cidade numa base de operações, mas foi rejeitado por outros integrantes de seu clã, que
possivelmente forneceram aos
americanos as informações sobre como localizá-lo.
Mohammed Uluso, líder do
clã, acredita que a Shabab ("juventude", em árabe) permanecerá ativo, porque os jovens
acreditam que o grupo combate
por "uma causa heróica".
Texto Anterior: Argentina: Ativista aparece e afirma ter sido ameaçado Próximo Texto: Pai ameaçava matar com gás filha presa em porão Índice
|