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EUA querem barrar Irã e China na América Latina
Hillary Clinton afirma que influência desses países na região é "muito perturbadora"
Teerã, Pequim e Moscou vêm intensificando laços diplomáticos e econômico com governos regionais; Ahmadinejad vem ao Brasil
DA REDAÇÃO
Os EUA querem melhorar as
relações com vários países da
América Latina para tentar
barrar a crescente influência
do Irã, da China e da Rússia na
região, disse ontem a secretária
de Estado Hillary Clinton.
Em reunião com a cúpula diplomática americana, Hillary
chamou de "muito perturbadoras" as relações que os três países, um inimigo e dois potenciais rivais dos EUA, mantêm
com Venezuela, Nicarágua, Bolívia e Equador.
"Esse é um mundo multipolar onde estamos competindo
por atenção e relações com pelo
menos os russos, os chineses e
os iranianos, e não acho que seja do nosso interesse dar as costas para países que estão no
nosso hemisfério", acrescentou
a secretária de Estado.
Ela não citou especificamente a visita que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, fará a Brasil, na próxima
quarta-feira. O iraniano também irá a Equador e Venezuela.
Segundo ela, a culpa pelo aumento da atuação de Teerã, Pequim e Moscou na América Latina é de George W. Bush
(2001-2008).
Hillary afirmou que a política
de Bush foi contraprodutiva e
permitiu que líderes de esquerda -como o venezuelano Hugo
Chávez, o boliviano Evo Morales e o nicaraguense Daniel Ortega- promovessem o sentimento anti-EUA e abrissem as
portas para Irã, China e Rússia.
Nos últimos anos, os três países vêm aumentando investimentos na América Latina, onde buscam reforçar sua presença com a abertura de novas embaixadas na região -o Irã está
construindo uma megarrepresentação na Nicarágua.
Hillary insistiu em que a tática de Bush de isolar alguns governos latino-americanos e
transformá-los em "inimigos
internacionais" não funcionou.
"Vamos ver agora quais abordagens podem funcionar", disse a ex-primeira-dama do governo Clinton (1993-2000).
Desde que assumiu o poder,
em janeiro, o governo de Barack Obama vem revertendo a
retórica hostil de Bush em relação a vários países, incluindo
na América Latina.
Na Cúpula das Américas, em
Trinidad e Tobago no mês passado, Obama cumprimentou
efusivamente Chávez e Correa,
que mantinham relações tensas com Bush.
Depois da cúpula, Obama levantou as restrições para que
familiares de cubanos vivendo
nos EUA possam viajar a Cuba
e enviar dinheiro ou suprimentos ao país. Empresas americanas também poderão implantar serviços de comunicação na
ilha. Mas o embargo comercial
de 47 anos foi mantido.
A preocupação dos EUA com
a suposta ingerência de potências externas na América Latina foi manifestada um dia depois de o governo americano
divulgar seu relatório anual sobre terrorismo. No texto, Washington acusou Ahmadinejad
de buscar "expandir seus laços
militares" na região.
Com agências internacionais
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