São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2011 |
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China exibe sinais de desaquecimento Indústria teve o menor crescimento em nove meses, em resposta ao aumento de juros para combater inflação Economia dos países emergentes começa a se resfriar, movimento que busca conter uma alta global dos preços FABIANO MAISONNAVE DE PEQUIM JULIANA ROCHA DE SÃO PAULO Em mais um sinal da tendência de desaceleração econômica dos emergentes, a produção industrial chinesa registrou o menor crescimento dos últimos nove meses. Foi uma resposta a intensos esforços do governo para frear a inflação. Algo similar vem ocorrendo em países como Índia, Brasil e Turquia. O crescimento desses emergentes é visto como crucial para compensar a estagnação de economias desenvolvidas. A China, que cresceu 10,3% em 2010, deve ter aumento de 9,5% do PIB neste ano, segundo prevê o FMI (Fundo Monetário Internacional). O país começou a elevar juros e depósitos compulsórios em outubro. O Brasil, que iniciou a política de juros altos há um ano, deverá ter a mais forte desaceleração. O crescimento econômico deve ser reduzido de 7,4% para 4,5%. Na Índia, o PIB deve crescer 8,2% segundo o FMI, depois de 10,4%. "Ao contrário dos países desenvolvidos, quando o problema de preços se dissipar, os governos emergentes voltarão com os estímulos e a economia voltará a crescer", afirmou o economista-sênior do Banco Espírito Santo, Flávio Serrano. O efeito positivo do resfriamento do PIB dos emergentes é a redução dos preços das commodities, como alimentos e minérios, o que tende a aliviar a inflação. INDÚSTRIA Numa escala adotada por vários países que vai de 0 a 100, o crescimento industrial chinês foi de 52 pontos no mês passado, contra 52,9 pontos em abril. Levantamento semelhante feito pelo banco HSBC mostrou o índice em 51,6. O aumento de juros e o endurecimento das regras do superaquecido mercado imobiliário na China têm como alvo a inflação, que fechou em 5,3% nos últimos 12 meses até abril, bem acima da meta oficial de 4%. O principal vilão é o preço dos alimentos (11,5% no acumulado até abril), problema que tende a se agravar por causa da pior seca em 50 anos que a China enfrenta em importantes regiões de produção agrícola. No caso da China, não é só a inflação que motiva o pé no freio. O governo chinês estabeleceu como uma das metas do novo Plano Quinquenal (2011-2015) uma taxa média de crescimento anual de 7%, abaixo da média de 10% das últimas décadas. O objetivo é mudar o padrão de crescimento, com mais investimentos em áreas sociais e melhor redistribuição de renda, inclusive por meio de aumento salarial. "O reajuste da taxa de crescimento econômico para este ano entre 8% e 9% favorecerá o controle da inflação e a transição estrutural do desenvolvimento econômico", disse Xu Hongcai, professor de economia do CCIEE (Centro Chinês para Intercâmbios Econômicos Internacionais, na sigla em inglês). O governo admite que a alta taxa de investimento torna a desaceleração imprevisível. Mesmo com os esforços oficiais, o PIB chinês cresceu 9,7% no primeiro trimestre, praticamente a taxa do mesmo período de 2010, de 9,8%. Texto Anterior: Acidente nuclear: Agência da ONU critica Japão por falta de preparo contra tsunami Próximo Texto: Dados negativos puxam ações dos EUA para baixo Índice | Comunicar Erros |
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