São Paulo, quinta-feira, 02 de julho de 2009

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Irã aciona Interpol contra médico que deu socorro a Neda

Arash Hejazi, que está em Londres, acusara milícia basiji pelo assassinato da jovem durante protesto

DA REDAÇÃO

A polícia do Irã disse ontem ter mandado à Interpol uma ordem de busca pelo médico iraniano Arash Hejazi, que socorreu Neda Agha-Soltan em um dos protestos contra as eleições presidenciais de 12 de junho.
Neda, 26, é mostrada em um vídeo após supostamente receber um tiro fatal no peito. Hejazi atribui o tiro à milícia basiji, que reprimiu as manifestações.
A polícia acusa Hejazi de "trabalhar contra o governo". Ismail Ahmadi Moghaddam, chefe da polícia iraniana, disse que o médico "criou confusão como testemunha. O assassinato [de Neda] é fabricado e não está ligado aos distúrbios".
De Londres, Hejazi disse à Folha que foi orientado por advogados a não falar com a imprensa. Segundo lhe informou a polícia britânica, ainda não havia nenhuma ordem por sua prisão. O médico, que é amigo e tradutor do escritor Paulo Coelho, contara à BBC em junho que não conhecia Neda e que vira um basiji tentar escapar da multidão após atirar na jovem.
Os protestos no Irã foram resposta à reeleição do ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad. O opositor Mir Hossein Mousavi, que acusa fraude no pleito, disse ontem que "ainda não é tarde" para lutar pelos "direitos das pessoas".
Também ontem, o Reino Unido pediu à União Europeia que retire seus 27 embaixadores de Teerã, em retaliação à prisão de funcionários da embaixada britânica no país.

Com agências internacionais



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