São Paulo, sábado, 02 de julho de 2011

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Informação de soltura choca e confunde franceses

ALAN COWELL E LIZ ALDERMAN
DO "NEW YORK TIMES", EM PARIS

As notícias do caso Dominique Strauss-Kahn chocaram a França, confundindo cálculos políticos, desafiando pressupostos morais e gerando apelos de partidários pela reabilitação do líder.
"É como um relâmpago", disse Lionel Jospin, ex-primeiro-ministro socialista.
O caso despertou sérias reflexões sobre o tratamento que as mulheres recebem na França e sobre o comportamento masculino.
"Foi como um tapa na cara das feministas", disse Marc Marciano, 53, comerciante em Neuilly-sur-Seine, um subúrbio de Paris.
Nem todos os franceses estão preparados para aceitar que Strauss-Kahn possa voltar, no entanto.
"As pessoas não vão perdoá-lo. Em nível político, ele está morto", disse Agnes Berge, 44, que trabalha em um escritório de advocacia.
Martine Aubry, a líder do Partido Socialista, foi citada no site da revista "L'Express" como tendo expressado "imensa alegria".
A reviravolta parece indicar perspectivas mais ambíguas para Sarkozy e seus aliados, e há quem afirme que eles celebraram cedo demais o fim de Strauss-Kahn.
A eliminação do ex-diretor do FMI da disputa presidencial causou desordem nas fileiras socialistas, gerando novas disputas internas no partido de oposição sobre a escolha de seu candidato presidencial para 2012.
Mas a possibilidade de que ele retorne -de uma ou de outra forma- para influenciar a campanha presidencial gera novo conjunto de questões.
Um porta-voz da Presidência francesa disse que Sarkozy não tinha comentários imediatos sobre a questão.
"O governo francês respeita os processos do sistema de justiça norte-americano e a suposição de inocência até prova em contrário", disse o porta-voz.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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