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IRAQUE SOB TUTELA
Carros-bomba explodem perto de igrejas em Bagdá e Mossul
Ataques a alvos cristãos matam 15
DA REDAÇÃO
Pelo menos 15 pessoas morreram e cerca de 60 foram feridas
em uma série aparentemente
coordenada de ataques com carros-bomba que atingiu ontem
cinco igrejas no Iraque. No norte,
em Mossul, mais um atentado
contra uma delegacia deixou cinco mortos e mais de 50 feridos.
Em 15 meses de pós-guerra, essa
é a primeira vez que insurgentes
no Iraque atacam a minoria cristã. Os atentados atingiram quatro
igrejas em Bagdá e uma em Mossul, no norte do país, por volta das
19h (hora local), durante a missa.
"Esperamos um número enorme
de baixas", disse um funcionário
do Ministério do Interior.
O Vaticano condenou os ataques e manifestou preocupação
com a possibilidade de eles acirrarem as tensões religiosas no país.
"É terrível e preocupante. Parece
haver uma tentativa de aumentar
as tensões entre os diferentes grupos sociais, incluindo igrejas",
disse o vice-porta-voz do Vaticano, padre Ciro Benedettini.
Os cristão perfazem 3% da população iraquiana, ou 800 mil
pessoas -a maioria das quais vive em Bagdá. Livres durante a ditadura de Saddam Hussein (1979-2003), que reprimiu a maioria xiita, temem que a associação de sua
religião às forças que invadiram o
país, lideradas pelos EUA, os faça
alvo de perseguição muçulmana.
Em maio, o grupo de defesa dos
Direitos Humanos Anistia Internacional registrou a mudança de
150 famílias cristão que viviam na
cidade de Basra, no predominantemente xiita sul do país, para o
norte, fugindo de represálias.
Além disso, nas últimas semanas,
estabelecimentos que vendem bebidas alcóolicas no país -vários
deles administrados por cristãos,
pois o islã proíbe o consumo de
álcool- também foram visados.
Um porta-voz militar americano disse que três dos quatro ataques em Bagdá foram provocados
por carros-bomba. No pior deles,
um terrorista suicida detonou um
carro no estacionamento de uma
igreja cristã caldéia no sul da capital, matando 12 pessoas que saíam
da missa. Na Igreja Armênia de
Bagdá, a explosão destruiu os vitrais e retorceu peças de metal.
Cerca de 15 minutos depois, outra
bomba explodiu do lado de fora
de uma igreja cristã assíria, matando duas pessoas.
O coronel Mike Murray, da 1ª
Divisão de Infantaria, disse que
pelo menos 50 pessoas foram feridas, algumas das quais com gravidade. Em Mossul, a polícia disse
que ao menos uma pessoa morreu e 15 foram feridas.
Mais cedo, na mesma cidade,
um terrorista suicida detonou um
carro-bomba em frente a uma delegacia, matando cinco pessoas e
ferindo 53. Segundo testemunhas,
um Toyota Landcruiser avançou
em direção aos policiais, que abriram fogo. O terrorista morreu,
mas o carro continuou a avançar.
Em Fallujah, no oeste do país,
novos confrontos entre soldados
dos EUA e insurgentes deixaram
pelo menos dez mortos e 40 feridos, segundo hospitais locais.
As negociações para a libertação
de sete caminhoneiros estrangeiros -três quenianos, três indianos e um egípcio- seqüestrados
na última semana continuavam
em curso. Em um segundo seqüestro, um libanês capturado
anteontem foi libertado em uma
operação da polícia iraquiana.
Com agências internacionais
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