São Paulo, terça-feira, 02 de agosto de 2011

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Dados sobre indústria anulam otimismo no mercado com acordo

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Os problemas na economia americana superaram o otimismo com a perspectiva de um acordo sobre o aumento do teto da dívida e fizeram com que as Bolsas terminassem ontem em baixa.
O índice do setor manufatureiro dos EUA, pesquisado pela empresa ISM, apontou o pior resultado em quase dois anos. O setor se aproxima da retração, aumentando as preocupações sobre a saúde da maior economia mundial.
Depois do resultado desapontador do Produto Interno Bruto no primeiro semestre, com alta de 0,9%, analistas esperavam que a economia começasse a mostrar força na segunda metade do ano. O dado do segmento manufatureiro, porém, jogou água fria nesse otimismo.
A Bolsa de Nova York, que chegou a ter alta ontem de 1,15%, passou a recuar após o anúncio dos números da indústria e terminou o dia com queda de 0,09%. O índice S&P 500, mais abrangente, com 500 empresas (ante as 30 do Dow Jones), caiu 0,41%.
No Brasil, a Bovespa fechou em baixa de 0,49%.
Ainda que as Bolsas tenham terminado em queda, outros indicadores financeiros mostraram otimismo dos investidores com o acordo. O dólar se valorizou ante as principais moedas globais e o preço do ouro (refúgio dos investidores em períodos de instabilidade) recuou.
O rendimento dos títulos de dez anos do Tesouro americano caiu para o menor patamar desde novembro.
Com a economia fraca e o desemprego em alta, economistas divergem sobre a necessidade de o governo cortar gastos, parte do plano para elevar o teto da dívida.
Para Alan Viard, que foi economista da divisão em Dallas do Fed (banco central dos EUA), trata-se de uma escolha: haverá prejuízos para a economia no curto prazo, mas eles serão compensados ao longo do tempo.
Já Lawrence Mishel, do Economic Policy Institute, defende que não há motivo para reduzir o deficit no momento em que o desemprego está alto (9,2% em junho) e os cortes poderão aumentar o número de desempregados.


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