São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2008

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Gustav perde força nos EUA e afasta fantasma do Katrina

DA REDAÇÃO

O furacão Gustav atingiu na manhã de ontem a costa do golfo do México, sul dos EUA, com menos força do que temiam os moradores de Nova Orleans, Louisiana. A cidade ainda está traumatizada pelo Katrina, que a devastou em 2005 -morreram mais de 1.800 pessoas, a maioria ali, e os prejuízos somaram US$ 80 bilhões.
"Passei pelo Katrina, e este é totalmente diferente. O Gustav não tem força", disse o construtor de piscinas Randall Dreher.
O furacão chegou ao continente ao passar pelo vilarejo rural de Cocodrie, 116 km a sudoeste de Nova Orleans. Sua força era de categoria 2, numa escala de 1 a 5, e seus ventos atingiam 177 km/h. À tarde, desceu para a categoria 1, com ventos de 145 km/h. À noite, ao atingir o centro da Louisiana, foi rebaixado a tempestade tropical, com ventos de 96 km/h.
Durante o dia, ondas chegaram a ultrapassar alguns diques em Nova Orleans, inundando até a altura do joelho ruas adjacentes. A rede de 523 km de diques para a contenção do mar e de um lago ao norte estava sob observação. O sistema foi destruído pelo Katrina, que inundou 80% da cidade -metade de Nova Orleans fica abaixo do nível do mar. A reconstrução do sistema só deve ser concluída em 2011.
Segundo o corpo de engenheiros do Exército americano, desta vez os diques não foram danificados nem houve grandes inundações. Mas danos graves continuam na perspectiva.
"Certamente não esperamos a perda de vidas do Katrina", disse o diretor-adjunto da agência de emergências dos EUA, a Fema. "Mas esperamos muitos danos às casas e à infra-estrutura."
Cerca de 2 milhões de moradores da costa deixaram suas casas antes da chegada do furacão. Estima-se que apenas 10 mil permaneceram em Nova Orleans, apesar de uma ordem oficial de retirada.
A produção de petróleo no golfo do México, que corresponde a um quarto do total do país, foi suspensa em 96%.

Cuba
O Gustav deixou 95 pessoas mortas ao passar pelo Caribe, sendo 76 delas só no Haiti.
No oeste de Cuba, onde passou domingo com categoria 4 (ventos de até 240 km/h), o furacão forçou a remoção de mais de 460 mil pessoas. Não houve mortos, num saldo preliminar, mas 19 pessoas ficaram feridas.
O governo cubano estimou que a passagem do furacão tenha danificado 100 mil casas, 370 escolas e boa parte da infra-estrutura elétrica e telefônica. Enquanto o Gustav enfraquecia nos EUA, a tempestade tropical Hanna, que estava próxima às Bahamas, converteu-se em furacão. Ela deve atingir os EUA na sexta. A temporada de furacões de 2008 no Atlântico vai de junho a novembro.


Com agências internacionais


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