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Massacre visou destruição da elite polonesa
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Exército Vermelho invadiu a Polônia em 17 de setembro de 1939, pouco mais
de duas semanas após a invasão daquele país pela Alemanha, o que detonara a Segunda Guerra Mundial. A então
União Soviética tinha com os
poloneses litígios de fronteira (Ucrânia e Belarus estavam na esfera de Moscou).
Mas o ditador Joseph Stálin
queria também enfraquecer
o país vizinho e deslocar para
o território dele o confronto
militar com os nazistas.
Na operação, os russos fizeram ao menos 250 mil prisioneiros. Em março de 1940
o Kremlin determinou, após
triagem, o fuzilamento de 22
mil militares, policiais e intelectuais. Boa parte deles fora
transferida ao campo de concentração na cidade russa de
Katyn. Entre os mortos estavam dois generais, um almirante, 79 coronéis, sete capelães e 20 cientistas.
O massacre, comandado
pelo ministro do Interior
Laurente Béria -grande carrasco do stalinismo-, teve
como motivação implícita
privar a Polônia de sua elite e
assim inviabilizar sua rápida
reconstrução.
Os soviéticos só assumiram a autoria do crime em
1990. Foi uma operação da
NKVD, a então polícia política e precursora da KGB. Bem
antes disso, ainda durante a
guerra, procuraram responsabilizar os alemães, que
ocuparam a região em 1942.
No ano seguinte, Joseph
Goebbels, chefe da propaganda de Hitler, denunciou o
massacre soviético e teve sua
tese confirmada por uma comissão internacional.
Em junho do ano passado,
o hoje primeiro-ministro
russo, Vladimir Putin, declarou a um jornal polonês que
o massacre de Katyn fora um
"crime político". Mas negou
ter ocorrido genocídio -o
que ampliaria sua dimensão
penal- e não autorizou que
especialistas poloneses pesquisassem em Katyn e nos
arquivos do Kremlin.
(JBN)
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