São Paulo, quarta-feira, 02 de setembro de 2009

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Massacre visou destruição da elite polonesa

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Exército Vermelho invadiu a Polônia em 17 de setembro de 1939, pouco mais de duas semanas após a invasão daquele país pela Alemanha, o que detonara a Segunda Guerra Mundial. A então União Soviética tinha com os poloneses litígios de fronteira (Ucrânia e Belarus estavam na esfera de Moscou). Mas o ditador Joseph Stálin queria também enfraquecer o país vizinho e deslocar para o território dele o confronto militar com os nazistas.
Na operação, os russos fizeram ao menos 250 mil prisioneiros. Em março de 1940 o Kremlin determinou, após triagem, o fuzilamento de 22 mil militares, policiais e intelectuais. Boa parte deles fora transferida ao campo de concentração na cidade russa de Katyn. Entre os mortos estavam dois generais, um almirante, 79 coronéis, sete capelães e 20 cientistas.
O massacre, comandado pelo ministro do Interior Laurente Béria -grande carrasco do stalinismo-, teve como motivação implícita privar a Polônia de sua elite e assim inviabilizar sua rápida reconstrução.
Os soviéticos só assumiram a autoria do crime em 1990. Foi uma operação da NKVD, a então polícia política e precursora da KGB. Bem antes disso, ainda durante a guerra, procuraram responsabilizar os alemães, que ocuparam a região em 1942. No ano seguinte, Joseph Goebbels, chefe da propaganda de Hitler, denunciou o massacre soviético e teve sua tese confirmada por uma comissão internacional.
Em junho do ano passado, o hoje primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, declarou a um jornal polonês que o massacre de Katyn fora um "crime político". Mas negou ter ocorrido genocídio -o que ampliaria sua dimensão penal- e não autorizou que especialistas poloneses pesquisassem em Katyn e nos arquivos do Kremlin. (JBN)


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