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Crise reduz fluxo de imigrantes ilegais para EUA
Entrada de indocumentados caiu quase dois terços em 2007-2009 em comparação ao período entre 2000-2005
É a primeira inversão
no crescimento da população ilegal nos EUA em duas décadas, aponta instituto Pew
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
A crise econômica que estourou nos EUA em 2008 teve
como consequência uma redução na entrada de imigrantes ilegais no país.
Segundo estudo do Pew
Hispanic Center, braço do renomado Pew Research Center, o fluxo anual de indocumentados foi quase dois terços menor de março de 2007
a março de 2009, na comparação com a primeira metade
da década.
O declínio contribuiu para
a queda total da população
de ilegais vivendo nos EUA
-8% menos em 2009, em relação a 2007.
"Essa diminuição representa a primeira inversão significativa no crescimento
dessa população nas últimas
duas décadas", afirma o estudo, baseado em dados do
governo americano.
Além da crise, da qual o
país ainda não se recuperou,
o aumento da segurança nas
fronteiras pode ajudar a explicar a redução, diz o demógrafo Jeffrey Passel, um dos
autores do estudo.
"Os dados não nos informam as razões, mas sabemos
que houve reforços na segurança nos últimos anos, especialmente na fronteira ao
Sul, e que o desemprego está
muito alto nos EUA", diz.
"Vimos, no passado, que
os fluxos variam de acordo
com o estado da economia
americana, e hoje está mais
difícil e mais perigoso para
indocumentados entrarem."
Apesar do declínio recente, a população de imigrantes não autorizados vivendo
nos EUA em 2009 era 32%
maior do que em 2000.
Segundo a estimativa mais
atual, de março do ano passado, 11,1 milhões de ilegais
moram no país, contra 8,4
milhões em 2000. A população total dos EUA é de cerca
de 310 milhões.
O pico da década foi em
2007, imediatamente antes
da crise, quando o total chegou a 12 milhões. Desde
1990, a população indocumentada triplicou.
LATINOS
Os latino-americanos são
maioria dentre a população
total de ilegais: quatro de cada cinco. A queda no fluxo
total se deve principalmente
a uma mudança no comportamento desse grupo.
Entre 2007 e 2009, o número de indocumentados vindos de países do Caribe, da
América Central e da América do Sul caiu 22%.
Do México, responsável
por 60% dos ilegais, estima-se que uma média anual de
150 mil ilegais tenha imigrado entre 2007 e 2009, 70%
menos do que a média anual
entre 2000 e 2005. Para Passel, é também a crise financeira que explica o paradoxo.
Leia entrevista sobre a
imigração nos EUA
folha.com.br/mu792497
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