São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

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DIÁRIO DE TRÍPOLI

Paixão nacional, futebol domina papo masculino

DOS ENVIADOS A TRÍPOLI

Num país sem vida noturna e com praticamente todas as atividades culturais controladas pelo regime, o futebol tornou-se a diversão masculina dominante. A fissura dos líbios por futebol é visível em cada canto. As ruas estão cheias de homens de todas as idades vestindo camisas de time. Por conta do passado colonial, equipes italianas são as mais queridas, Milan e Inter de Milão sobretudo.
Para quebrar o gelo com desconhecidos, nada como puxar assuntos da bola. Todo jovem está a par dos principais campeonatos europeus. Ficamos com a impressão de que, em matéria de futebol sul-americano, os líbios preferem os hermanos -Messi, Aguero...
Mesmo assim, o futebol brasileiro continua respeitado e admirado. Dia desses, um líbio quis nos impressionar enumerando não somente craques do Tetra -Romário, Bebeto, Taffarel-como destaques atuais. "Neymar e Ganso são amigos, não é mesmo?", disse. O time brasileiro mais citado pelos líbios é o Flamengo -queremos deixar claro que os autores deste texto não são rubro-negros. Os canais esportivos da Al Jazeera, a emissora do Qatar que transmite para todo o Oriente Médio, cobrem até a Copa do Brasil.
Obviamente, os líbios com quem conversamos dão risada quando o assunto é Saadi Gaddafi, o filho do ditador que se autoproclamou jogador profissional. Saadi esteve no banco de reservas de vários times italianos sem nunca convencer céticos de que não pagava para fazer parte do elenco.
Depois da breve carreira nos gramados, Saadi virou cartola, transformando o futebol líbio numa posse privada. Os resultados, é claro, nunca vieram.
Líbios acompanham mas também jogam. Há quadras sintéticas de boa qualidade em muitas áreas de Trípoli. Um dos nossos tradutores competiu no exterior jogando no meio de campo da seleção sub-15. Parou de jogar para estudar.
(SAMY ADGHIRNI E APU GOMES)


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