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ORIENTE MÉDIO
Jihad Islâmica assume a autoria do atentado
Carro-bomba explode em um bairro comercial de Jerusalém
PHIL REEVES
DO "THE INDEPENDENT", EM JERUSALÉM
Um poderoso carro-bomba explodiu ontem em Jerusalém Ocidental no primeiro ataque de militantes palestinos a civis em Israel
desde o massacre nos EUA. Ninguém ficou ferido.
Nas três semanas desde os ataques aéreos ao World Trade Center e ao Pentágono, não tinha havido nenhum atentado suicida ou
explosões de carros-bombas além
da Linha Verde, "fronteira" entre
Israel e territórios palestinos.
Enquanto os Estados Unidos e
seus aliados mobilizaram suas
forças em uma altamente ambiciosa, e até então não concretizada, "guerra contra o terror", os
grupos de guerrilha palestinos nacionalistas tomaram a decisão estratégica de evitar ser colocados
junto com aqueles que estão por
trás dos assassinatos em massa
nos EUA e de confinar suas operações a ataques a colonos israelenses vivendo ilegalmente na
Cisjordânia e na faixa de Gaza e
aos soldados que os protegem.
Mas isso terminou ontem de
manhã -pelo menos para a Jihad Islâmica, que assumiu a responsabilidade pelo carro-bomba
em uma declaração a agências de
notícia ocidentais na Síria.
Poderia ter sido sangrento. A
polícia israelense disse que a
bomba, que explodiu no bairro
comercial Talpiot Ocidental
quando israelenses estavam fazendo compras de última hora
para o feriado de Sucot, continha
12 quilos de explosivos e estava
embalada com pregos e balas. O
ataque foi usado pelo governo de
Israel para reforçar seu argumento -visto com ceticismo pela
maior parte da comunidade internacional- de que não há distinção entre grupos palestinos
militantes e Osama bin Laden e
que a tão propalada coalizão internacional antiterror deveria incluir os primeiros na sua mira.
O carro-bomba ganhou rapidamente manchetes na TV em todo
o mundo -o que não aconteceu
com os 17 palestinos que foram
assassinados pelo Exército israelense desde as negociações para
um cessar-fogo entre Iasser Arafat e o ministro das Relações Exteriores de Israel, Shimon Peres. A
conduta do Exército israelense,
que continua matando árabes
-incluindo crianças que estavam jogando pedras- apesar das
últimas negociações de cessar-fogo, abriu uma grande brecha entre Peres e os generais de Israel.
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