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ORIENTE MÉDIO
Palestinos acusam israelenses de roubar terra; EUA evitam criticar Sharon, que adia decisão sobre assentamento
Israel decide ampliar barreira controversa
DA REDAÇÃO
O gabinete do premiê de Israel,
Ariel Sharon, aprovou ontem a
construção de mais um trecho de
uma barreira para separar o país
da Cisjordânia. A decisão ocorreu
apesar das críticas de que áreas
palestinas serão confiscadas pelos
israelenses, tornando-se mais um
obstáculo à paz na região.
O novo trecho é polêmico e deixará do lado israelense da barreira
dezenas de assentamentos judaicos, incorporando mais partes do
território palestino. Os palestinos
dizem que Israel está estabelecendo unilateralmente as fronteiras
de um futuro Estado palestino.
O objetivo dos israelenses é impedir que terroristas palestinos
entrem em Israel para cometer
atentados. O governo de Sharon
admite derrubar a barreira caso o
terrorismo seja controlado.
Em Washington, o porta-voz do
Departamento de Estado dos
EUA, Richard Boucher, disse que
a posição americana em relação à
barreira não mudou. O presidente dos EUA, George W. Bush, disse anteriormente que considera a
barreira um "problema" e chegou
a criticá-la publicamente.
Desta vez, os EUA não criticaram publicamente a construção
da barreira. Mas acrescentaram
que continuarão discutindo o tema com autoridades de Israel.
Os americanos têm pressionado
Israel a construir a barreira o mais
próximo possível da fronteira entre o país e a Cisjordânia, não incorporando ao lado israelense os
assentamentos judaicos.
Os EUA chegaram a ameaçar Israel de impor sanções financeiras.
Com isso, o governo israelense
decidiu adiar a decisão de incorporar ou não ao lado israelense o
assentamento de Ariel, o segundo
maior da Cisjordânia, com 18 mil
habitantes. A colônia se localiza
20 km dentro da Cisjordânia.
O destino do trecho próximo a
Ariel deve ser decidido em oito
meses, após negociações entre
americanos e israelenses. Ministros mais radicais do gabinete de
Sharon querem que todos os assentamentos judaicos fiquem do
lado israelense da barreira.
Ao redor do aeroporto Ben Gurion será construída uma barreira
dupla para, segundo Israel, impedir que terroristas palestinos lancem mísseis contra aviões.
Autoridades israelenses estimam que cerca de 60 mil palestinos ficarão do lado israelense. Os
palestinos dizem que até 200 mil
serão afetados pela barreira.
Essas pessoas ficarão isoladas
do restante das áreas palestinas.
Muitas crianças não poderão ir a
escolas. Alguns não poderão trabalhar, e o acesso a hospitais será
dificultado. Uma autoridade israelense disse que túneis serão
construídos para facilitar o acesso
desses palestinos ao restante da
Cisjordânia.
O principal negociador da ANP
(Autoridade Nacional Palestina),
Saeb Erekat, afirmou que "a barreira é um grande roubo de terra".
Para o negociador, Sharon adiou
a decisão sobre o destino do assentamento de Ariel para o futuro
porque sabe que, daqui a alguns
meses, Bush estará envolvido
com a reeleição nos EUA.
A ONU considera a barreira israelense ilegal.
Ataques
Forças israelenses mataram um
membro do grupo terrorista Jihad Islâmico e um outro palestino
em incursão em um campo de refugiados em Tulkarem, na Cisjordânia. Bassam Saadi, um líder local do grupo, foi preso. Ele integrava a lista de mais procurados
por Israel.
Com agências internacionais
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