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São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2003

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Filhos são os prejudicados, diz opositor

DA REDAÇÃO

O divórcio oferece um elevado risco aos filhos do casal que está se separando, afirma o padre Jaime Fernández, que exerce o cargo de vigário da família em Santiago e tem servido como porta-voz da Igreja Católica na questão. "O divórcio acaba muitas vezes separando os pais dos filhos. As crianças são as mais prejudicadas na separação", disse Fernández em entrevista à Folha, por telefone.
O objetivo da igreja, segundo ele, é tornar a lei o mais restrita possível e, além disso, conseguir o reconhecimento legal das uniões religiosas, sejam católicas, islâmicas ou judaicas.
A seguir, leia trechos da entrevista de Fernández. (GC)
 
Folha - Por que a Igreja Católica é contra a lei de divórcio?
Jaime Fernández -
Por uma parte, a igreja quer uma nova lei de matrimônio. A atual tem muitas carências. Porém, para a igreja, o casamento é uma relação estável e eterna entre o homem e a mulher. Aliás, por esse mesmo motivo, somos contra a união civil entre homossexuais.

Folha - Já que a igreja não conseguirá impedir que o divórcio seja previsto na nova lei de matrimônio, qual será o próximo passo a tomar?
Fernández -
Somos contra o divórcio unilateral não-culposo. Estamos lutando também para que o casamento religioso tenha reconhecimento legal, seja ele católico, islâmico ou judaico.

Folha - E a possibilidade de obrigar os casais a escolher antes do matrimônio se pretendem se casar ou não?
Fernández -
Creio que será difícil aprovar esse item. Não estamos defendendo esse tema mais.

Folha - A igreja se arrepende da propaganda sobre os filhos de pais separados, nas quais se dizia que eles consomem mais cocaína e álcool?
Fernández -
São os números que dizem isso. O divórcio acaba muitas vezes separando os pais dos filhos. As crianças são as mais prejudicadas na separação.



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