São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2004 |
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O IMPÉRIO VOTA Norte-americanos vão hoje às urnas sob o temor de fraude
Os norte-americanos votam hoje para eleger seu próximo presidente sob o espectro da insegurança. A maioria não tem certeza de que seu voto será corretamente contabilizado no resultado oficial. O número de acusações de irregularidades no registro de eleitores e na votação antecipada em curso em mais da metade dos 50 Estados não tem paralelo na história recente, dizem autoridades eleitorais. Dúvidas surgem em relação à possibilidade de um mesmo eleitor votar em mais de um Estado, ao emaranhado de normas que pode impedir ou dificultar o voto de parcelas do eleitorado, à possibilidade de haver eleitores fantasmas. Um contingente estimado em 20 mil advogados, alistados pelos dois lados em disputa, está preparado para questionar procedimentos e resultados do pleito em todo o território americano. Diante do cenário de imprevisibilidade e da memória das dificuldades da contestada apuração de 2000, as principais redes de TV dos EUA previnem seus espectadores para a possibilidade de uma longa jornada até que se conheça o vencedor. As pesquisas mais recentes continuam a mostrar cenário indefinido. O presidente republicano, George W. Bush, e o senador democrata John F. Kerry, mesmo nas sondagens que levam em conta o sistema indireto de eleger o presidente nos EUA, disputam a Casa Branca voto a voto. A batalha se concentra em não mais que dez Estados cujos eleitores ainda não mostram clara preferência. As duas campanhas destinaram os últimos esforços, ontem, a essas localidades. Até a meia-noite, o republicano teria percorrido seis Estados, e o democrata, quatro. Na TV, intensificaram-se os anúncios para tentar arregimentar os 5% que, de acordo com as pesquisas, ainda estão indecisos. Nesse último sprint, Bush, que não deixou de enfatizar que é o melhor no combate ao terrorismo, afirmou: "No final das contas, essa eleição vai decidir o seguinte: Quem tem a coragem para tomar as decisões difíceis? Quem pode levar este país a um futuro melhor?". Kerry ironizou o adversário: "O presidente só fica falando: "É um trabalho difícil". Então, sr. presidente, amanhã [hoje] milhões de americanos vão me ajudar a aliviar o seu trabalho e a colocar a América em novo rumo". Democratas e republicanos querem atrair o maior número de eleitores possível às urnas hoje. A necessidade, inerente ao sistema de voto facultativo, tornou-se ainda mais importante porque poucos milhares de votos podem decidir o pleito a favor de Bush ou de Kerry. Próximo Texto: O império vota: Bush volta a apelar ao 11 de Setembro Índice |
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