DO "NEW YORK TIMES"

Tropas de Israel invadiram ontem a cidade de Beit Hanoun, no norte da faixa de Gaza, em uma das maiores operações militares dos últimos quatro meses, matando ao menos oito palestinos, entre eles cinco militantes de grupos radicais, e ferindo mais de 60. Um soldado israelense também foi morto.
Porém, o gabinete de segurança do premiê Ehud Olmert decidiu, após reunião em Jerusalém, não empreender, por enquanto, uma escalada nas operações que vem sendo realizadas no território palestino desde o seqüestro de um soldado israelense, em 25 de junho.
Nas últimas semanas, autoridades políticas e militares vêem pressionando pela expansão das operações, com o objetivo de impedir os disparos de foguetes de Gaza em direção a Israel e desmantelar túneis usados para o tráfico de armas na fronteira com o Egito.
Mas prevaleceu a posição do ministro da Defesa, Amir Peretz: "Não há intenção de levar adiante operações para exibição ou operações para satisfazer a opinião pública." O gabinete se limitou a dizer, em um comunicado, que Israel aumentaria "a pressão sobre o Hamas e as outras organizações terroristas".
Em nota, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, instou Israel a "cessar imediatamente todas as ações hostis contra nosso povo".
A operação de ontem envolveu dezenas de tanques e outros veículos blindados, além de centenas de soldados de infantaria que entraram no território à pé.
Segundo o Exército israelense, eles foram recebidos com disparos de fuzis e mísseis antitanque. Os palestinos ainda dispararam diversos foguetes contra o sul de Israel, ferindo um civil.
Desde que as tropas israelenses retornaram a Gaza, mais de 250 palestinos e três soldados israelenses foram mortos. As colônias israelenses no território foram desmontadas no ano passado.