São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2007

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BÁLCÃS

Premiê da Bósnia renuncia e culpa interferência externa

DA REDAÇÃO

Depois de afirmar que a interferência internacional tornou seu trabalho impossível, o premiê da Bósnia-Herzegóvina, o sérvio Nikola Spiric, renunciou ontem. "Por 12 anos, estrangeiros comandaram este país, e isso não é bom. Eu renuncio e essa é a única decisão correta [a ser tomada]", disse.
A renúncia ocorreu pouco depois que o Alto Representante da ONU para a Bósnia introduziu medidas com a justificativa de aumentar a eficiência do governo. Entre as alterações está a diminuição do número de ministros necessários no ato de aprovação de uma lei.
"A reação de Spiric é muito emocional e completamente irresponsável", criticou o alto representante, Miroslav Lajcak. Ele afirma que suas ações no governo visam acabar com o impasse legislativo entre a República Sérvia da Bósnia e a Federação da Bósnia-Herzegóvina, as duas entidades políticas em que o país foi dividido em 1995, após a guerra que se seguiu à sua separação da antiga Iugoslávia.
Para Lajcak, o impasse tolhe a atuação do governo central bósnio e atrasa reformas que o país deve fazer para entrar na União Européia. A medida, porém, é encarada por políticos sérvios como uma ameaça a sua autonomia. Os três presidentes que a Bósnia-Herzegóvina possui -um muçulmano, um croata e um sérvio- têm a palavra final na renúncia do premiê. Enquanto o sérvio e o croata não deram sinais negativos, o muçulmano indicou que deve rejeitar a saída para evitar a instabilidade.


Com Associated Press


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