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Chávez é motivo para ter base na Colômbia, afirma Pentágono
Documento que pede verba para base colombiana de Palanquero lista "governos anti-EUA" entre ameaças
FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao assinar o acordo militar
com a Colômbia e garantir o
uso da base área de Palanquero,
no centro do país, o governo
dos EUA considera ter aproveitado uma "oportunidade única" de obter "acesso e presença
regional a custo mínimo" numa
área sob ameaças constantes,
entre elas as vindas de "governos antiamericanos" como o do
venezuelano Hugo Chávez.
O argumento acima consta
do documento do Pentágono
submetido ao Congresso americano para justificar o Orçamento militar do país no ano
fiscal de 2010. O texto, sancionado recentemente pelo presidente Barack Obama, inclui
verba de US$ 46 milhões a ser
aplicada em Palanquero.
O documento solapa a retórica de Washington e Bogotá, que
repetem o mantra de que o pacto militar assinado na sexta-feira -que permitirá aos EUA
usar outras seis instalações
além de Palanquero- visa atacar só problemas domésticos
colombianos, e dá combustível
às reclamações de Chávez, que
vê no trato uma ameaça a seu
país. Tudo isso num momento
em que a tensão entre Bogotá e
Caracas volta a crescer por conta de incidentes na divisa cada
vez mais violenta.
O teor do acordo militar não
foi divulgado -a Colômbia promete fazê-lo nesta semana. Só
Chávez e Evo Morales (Bolívia)
reclamaram de sua consumação. O governo Lula, que cobra
"garantias" de Washington e
Bogotá, não se pronunciou.
Em entrevista ao jornal colombiano "El Tiempo", o embaixador americano em Bogotá, William Brownfield, disse
que seu governo já deu garantias aos países da região de que
o acordo não permite operações conjuntas fora da Colômbia. "Posso dizer que o acordo
diz [isso] claramente no artigo
4º, parágrafo 3º."
No entanto, na avaliação do
Conselho de Estado, o órgão jurídico consultivo máximo colombiano, o texto é frouxo e
deixa decisões importantes para acertos posteriores, além de
ser "desequilibrado" a favor de
Washington e potencialmente
violador da soberania do país.
Resposta a crises
O documento do Pentágono
submetido ao Congresso diz
que Palanquero é "inquestionavelmente" o melhor lugar
"para conduzir um completo
espectro de operações pela
América do Sul" -a importância da base já havia aparecido
em documento da Força Aérea,
que a inclui no esquema global
de rotas para transporte estratégico global de carga e pessoal.
Afirma que o investimento
na base vai "melhorar a capacidade dos EUA de responder rapidamente a crises, assegurando acesso e presença regional
com custo mínimo". Contribuirá também para "expandir capacidade de guerra aérea", inteligência e monitoramento.
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